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Na sexta-feira, dia 14 de março, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, cerca de 300 profissionais contábeis reuniram-se na sede do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR), em Curitiba, para a sexta edição do Encontro Paranaense da Mulher Contabilista.
O Instituto Paranaense da Mulher Contabilista (IPMCONT) promoveu o tradicional Encontro, idealizado pela Comissão CRCPR Mulher, com o objetivo de reforçar a importância da mulher na contabilidade e nos negócios, incentivando sua presença crescente em cargos de liderança.
Pela manhã, foram abordados alguns dos desafios das mulheres da área contábil. A palestra magna "Mulher na Contabilidade - Diálogo de Gênero Diversidade, Inclusão, inovação e superação" foi conduzida pela a vice-presidente de Política Institucional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Maria Dorgivânia Barbará.
"Quando se fala de inclusão e diversidade, no nosso país, o preconceito ainda é muito grande. Várias camadas da população e diferentes comunidades ainda não possuem oportunidade de fala. No entanto, em um cenário no qual as empresas buscam constantemente por inovação, competitividade e responsabilidade social, a presença de mulheres em cargos de liderança é indispensável. Investir em inclusão e diversidade não é apenas uma questão de justiça social, é uma estratégia de negócios inteligente", explicou Maria Dorgivânia Barbará.
Barbará, que é graduada em Ciências Contábeis e Letras, conquistou o título, em 2020, de primeira mulher a presidir o Conselho Regional de Contabilidade de Pernambuco (CRCPE). A palestrante tem pós-graduação em Recursos Humanos, Planejamento Tributário, MBA em Mineração de Dados e Inteligência Artificial e é consultora na área de Gestão Empresarial.
"Minha história na política começou justamente no II Encontro Paranaense da Mulher Contabilista. Assisti à palestra da Silvia Cavalcante, na época, vice-presidente do CFC, na qual ela mostrou dados de que apenas 10% dos cargos de liderança na política eram ocupados por mulheres. Isso me causou uma profunda indignação. Voltando para minha cidade (Guarapuava), decidi que tinha que fazer alguma coisa a respeito. Comecei me candidatando a uma representação no meu bairro, concorrendo com quatro homens. Depois fui eleita vereadora e, mais tarde, vice-prefeita. As coisas mudaram um pouco de lá para cá, mas nas entidades contábeis os homens ainda predominam. Precisamos mudar isso. Como signatário do Pacto Global da ONU, o CRCPR está comprometido em promover ações para incentivar a igualdade de gênero em todas as esferas em que sua atuação pode exercer influência", relatou a vice-presidente de Relações Sociais do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR), Eva Schran de Lima.
Na sequência, no primeiro painel, sobre "Networking - Como Expandir os Negócios na Contabilidade", a contadora e advogada Elizangela de Paula Kuhn, falou sobre a prática de criar e manter relacionamentos profissionais e como estabelecer uma rede de relacionamentos. Em 2024, Elizangela foi a primeira mulher a assumir a presidência do grupo GBrasil, o maior grupo de empresas contábeis do país. A empresária contábil já atuou como vice-presidente e conselheira do CRCPR e na gestão de entidades como a Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI) e Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap).
"Hoje, os sistema contábeis fazem todo o trabalho básico de contabilidade. Então, fazer só isso, já não basta. Para ter sucesso, já não basta nem mesmo ter empresas bem estruturadas em termos de planejamento estratégico, mapeamento de processos e equipe, e ter a contabilidade dos clientes em dia. Esse é apenas o ponto de partida para podermos entregar algo a mais. E nisso, nós, mulheres, somos boas. Parece que é da nossa natureza querer que tudo esteja certinho e superar as expectativas! Também está no nosso sangue essa facilidade de relacionamento, porque não temos vergonha de fazer perguntas, para entender e poder entregar o que o cliente precisa, ou mostrar, a partir das nossas análises, oportunidades que ele não está enxergando", explicou Elizangela de Paula Kuhn.
O painel foi mediado pela coordenadora da Comissão CRCPR Mulher, Denisa Maria Borçato, e pela integrante da Comissão Graciella Ferreira Munhoz.
"Sustentabilidade e Inovação - Conectados e Desafiados: Como lidar com a Geração Z na Contabilidade?" foi o tema do painel no período da tarde, com Claudia Malschitzky, que trouxe insights valiosos para as profissionais contábeis. Claudia é graduada em Comunicação Social, com MBA em Marketing, Recursos Humanos e especialização em Gestão de Negócios.
"A Geração Z é constantemente invadida com novidades, em alta velocidade. Ela é influenciada pelas mudanças climáticas, pelas redes sociais, é hiper conectada e tem pais atingidos por crises econômicas anteriores. Todos esses fatores impactaram a forma como essas pessoas pensam, transformando seus hábitos, comportamentos sociais e emocionais", explicou Claudia Malschitzky. "Em 2030, ela representará 30% da força de trabalho", continuou. "Esses jovens são como são porque nós os criamos assim, e nós, mais experientes, podemos nos adaptar a eles", sugeriu a palestrante.
O painel foi mediado por Elisete Ferreira de Carvalho, presidente do IPMCONT e integrante da Comissão CRCPR Simplifica; e Nilva Amalia Pasetto, presidente da Academia de Ciências Contábeis do Paraná (ACCPR).
No evento, as vice-presidentes de Registro e de Relações Sociais do CRCPR, Ariane Yumi de Almeida Rocha e Eva Schran de Lima, entregaram a Comenda Gralha Azul à empresária contábil Lucelia Lecheta, ex-presidente do CRCPR e ex-vice-presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Confira aqui a cobertura completa da homenagem!
Além disso, a coordenadora da Comissão CRCPR Mulher, Denisa Maria Borçato, realizou um pré-lançamento de um ebook, intitulado "Contabilizando a nossa trajetória", que conta a história da Comissão ao longos dos últimos 20 anos. Em breve, o documento completo estará disponível no site do CRCPR.
"Para além dos aspectos técnicos, precisamos de outras tantas habilidades e competências para a profissão contábil. De toda forma, se tivermos tudo isto, sem ética, de nada valerá. A ética é essencial, permeia todas as relações e norteia o comportamento humano", explicou Marisa.
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