Necessidade de novos contadores
Diferente da geração anterior (Y), que considerava a profissão chata e burocrática, os indivíduos nascidos entre meados da década de 1990 e 2000 decidiram trilhar um caminho contrário, baseado em uma nova perspectiva sobre o futuro do mercado contábil.
Segundo estimativas de 2020 do Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados (AICPA), EUA, ao longo desta década, a expectativa é que 75% dos contadores em atividade no mercado daquele país atinjam idade de aposentadoria, e estima-se que o mercado de trabalho dos EUA precise de cerca de 340.000 novos contadores. Além disso, assim como no Brasil, o mercado contábil norte-americano também se preocupa com a queda na procura por cursos de Ciências Contábeis e na taxa de aprovação no exame que habilita novos contadores. Como resultado, quem está em atividade naquele mercado trabalha com um cenário de alta empregabilidade e baixa taxa de substituição. O Brasil também não fica para trás: o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) registrou que a área contábil tem uma das maiores taxas de empregabilidade do país, com cerca de 93%.
Desenvolvimento de novas tecnologias
Para além da facilidade em conseguir empregos, outro fator coloca a profissão de novo na pista: o desenvolvimento da Inteligência Artificial.
Segundo especialistas da área, como Sam Altman, CEO da Open AI, criadora do ChatGPT, o papel da IA nesses setores será voltado para eliminar o trabalho mais tedioso de transposição de dados, deixando as pessoas realizarem análises estratégicas desses dados. Assim, a Geração Z tem mais tempo para focar em estratégias efetivas, atendimento humanizado e gestão de negócios.
Os dados mostram claramente que a tecnologia não ameaça a continuidade da profissão contábil, ao contrário do que foi amplamente alardeado nos meios de comunicação no final da década passada. Muito pelo contrário. O mercado está aquecido, especialmente no Brasil, com a perspectiva de coexistência de dois sistemas tributários ao longo dos próximos anos e a existência de gargalos que vêm reduzindo a taxa de renovação da mão de obra no segmento contábil. E a briga por contratações já se reflete em salários mais altos. É o que apontam pesquisas salariais anuais de consultorias especializadas em recrutamento e seleção de executivos, como a Michael Page e a Robert Half.
Atuação do CRCPR
Atento à tendência e necessidade do mercado, o Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR) criou o programa “Meu Futuro”, que, por meio de artigos, podcasts e eventos educacionais, busca despertar o interesse dos estudantes do Ensino Médio pelas carreiras na área contábil. As diversas faces do programa visam esclarecer dúvidas sobre o mercado de trabalho, destacar as oportunidades da carreira, desmistificar a ideia de que a contabilidade é uma profissão “chata, burocrática e sem glamour”, além de oferecer ferramentas para o desenvolvimento de futuros profissionais.
“O programa é uma resposta a relatos de instituições de ensino superior quanto à queda da procura pelo curso de Ciências Contábeis e de empresários contábeis, sobre a crescente dificuldade de contratar mão de obra”, explica a vice-presidente do Registro do CRCPR, Ariane Yumi. “Nós, que estamos envolvidos no dia a dia desse mercado, não podíamos ficar de braços cruzados. Por isso concebemos esse programa. E essas reportagens sobre o mercado norte-americano, publicadas recentemente, reforça nossa certeza de que estes esforços estão sendo bem direcionados”, finaliza.
Fonte: Terra, IGN Brasil e Nd+
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