Nos
dias 7 e 8 de agosto, a Comissão CRCPR Perícia Contábil realiza
o 9º Seminário Paranaense de Perícia Contábil, na TV CRCPR, das 9h às 12h.
O evento reúne especialistas para discutir temas que impactam a atuação e
atualização dos profissionais da área pericial, como ferramentas tecnológicas,
planejamento da perícia, mensuração do passivo trabalhista oculto e o uso da
inteligência artificial na área. A participação é gratuita, com inscrições
separadas para cada dia.
Clique aqui para se inscrever para o primeiro dia (7/8)!
Clique aqui para se inscrever para o segundo dia (8/8)!
Confira a seguir entrevista a respeito do painel “Ferramentas tecnológicas para levantamento e análise de dados na Perícia Contábil”, com o advogado Roberto Zaina, especialista em Business Intelligence, mestre e doutorando em Ciência da Informação. O palestrante já coordenou a Rede Nacional de Laboratórios de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro do Ministério da Justiça (REDE-LAB) e criou o Curso de Investigação e Análise Financeira da Polícia Federal (CIAF). A palestra será ministrada no dia 7/8, com mediação de Adriana Luciano Koth, integrante da Comissão CRCPR Perícia Contábil:
CRCPR Online: Qual a importância das ferramentas tecnológicas para transformar o trabalho do perito contábil no levantamento e análise de dados?
Roberto Zaina (RZ): As ferramentas tecnológicas são essenciais para a atuação do perito contábil nos dias de hoje. Diante do grande volume de dados e da diversidade de formatos e fontes, como planilhas, sistemas contábeis, bancos de dados e arquivos não estruturados, torna-se praticamente inviável realizar uma análise eficaz apenas com métodos manuais. Com o uso adequado da tecnologia, é possível automatizar tarefas repetitivas, organizar informações dispersas, aprofundar a exploração dos dados e realizar cruzamentos que revelam padrões, inconsistências e relações relevantes. Isso não só agiliza o trabalho, como aumenta a precisão das análises e permite que o perito entregue respostas mais fundamentadas e completas aos quesitos apresentados no exame pericial. A tecnologia não apenas otimiza o processo, mas transforma a qualidade da entrega, tornando a atuação do perito mais estratégica, analítica e eficiente.
CRCPR Online: Com base na sua experiência em investigações financeiras, quais tecnologias mais impactaram a forma de identificar fraudes e irregularidades contábeis?
RZ: As ferramentas de Business Intelligence para dados estruturados e as ferramentas de indexação e busca para dados não estruturados. No caso dos dados estruturados, como planilhas, registros contábeis e bases de sistemas, as ferramentas de BI se destacam por possibilitarem cruzamentos ágeis e visualizações interativas que facilitam a identificação de padrões atípicos, inconsistências e indícios de fraude. Já quando lidamos com dados não estruturados, como e-mails, PDFs, documentos de texto e outros arquivos diversos, ferramentas como o Indexador e Processador de Evidências Digitais (IPED) são fundamentais. Elas permitem organizar, indexar e buscar palavras-chave ou expressões específicas dentro de grandes volumes de arquivos, otimizando imensamente o tempo de análise. Com o domínio dessas duas ferramentas, é possível resolver cerca de 90% dos quesitos técnicos que surgem em uma perícia contábil, mesmo nos casos mais complexos.
CRCPR Online: Quais habilidades se tornam indispensáveis para o profissional contábil que deseja acompanhar essas transformações tecnológicas?
RZ: A primeira delas é a organização, trabalhar com grandes volumes de dados exige uma abordagem metódica e focada, tanto na coleta quanto na análise das informações. A segunda habilidade fundamental é a curiosidade, o profissional precisa estar disposto a explorar ferramentas novas, mesmo quando já domina outras. Em cada trabalho, há espaço para testar soluções diferentes que podem oferecer resultados mais aprofundados, mais específicos ou até mais eficientes. Outro ponto essencial é o raciocínio lógico, muitas das ferramentas tecnológicas exigem uma boa capacidade de estruturar problemas, construir filtros, cruzar dados e interpretar padrões. Essa habilidade torna-se ainda mais crítica quando se lida com situações complexas, como fraudes, simulações ou omissões contábeis. Por fim, é indispensável buscar qualificação constante, de preferência com cursos práticos ministrados por profissionais que tenham vivência real no uso das ferramentas, especialmente no contexto da perícia, investigação e análise de dados. Aprender com quem já enfrentou os desafios na prática acelera o domínio técnico e torna a aplicação mais eficaz e segura.
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