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Comissão CRCPR Ensino realizará mais uma edição do Fórum Paranaense de Coordenadores e Professores de Ciências Contábeis no dia 17 de outubro, a partir das 9h. Voltado a repensar práticas docentes, estratégias formativas e o futuro da atuação contábil, evento ocorrerá virtualmente, com transmissão pela TV CRCPRInscreva-se aqui!

O Fórum explorará temas essenciais para a educação contábil atual, como saúde mental no ambiente acadêmico e os impactos das mudanças no ensino à distância e no Enade. Os participantes também poderão compreender como unir teoria e prática quando se trata de garantir uma educação de qualidade e um futuro promissor para os estudantes de Ciências Contábeis.

A programação contará ainda com a palestra “Fenômeno Impostor e o Universo das Redes Sociais”, que terá como palestrantes os doutores e professores de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Alisson Meurer e Flaviano Costa. A apresentação abordará a intensificação da autocrítica quando a validação pessoal passa a depender de "curtidas" e métricas de engajamento das redes. Além disto, revisará estudos sobre comparação social e discutirá técnicas de regulação emocional que podem minimizar a sensação de fraude e fortalecer redes de apoio.

Confira a seguir entrevista com os palestrantes Alison Meurer e Flaviano Costa, sobre o tema "Fenômeno Impostor e o Universo das Redes Sociais":

Alison Meurer

CRCPR Online: Professor Alison, de que forma o fenômeno do impostor tem atingido os alunos e professores do Ensino Superior?

Alison Meurer (AM): Por vezes, os estudantes e professores se desmotivam e se autossabotam por apresentar níveis elevados de insegurança com sua capacidade de alcançar sucesso e superar os desafios acadêmicos. Percebemos que em alguns grupos esses sentimentos são vivenciados de forma mais intensa, o que implica em um cuidado especial com esses grupos.

CRCPR Online: De que maneira a construção de comunidades acadêmicas mais colaborativas — dentro e fora das redes sociais — pode ajudar a minimizar a sensação de isolamento e a comparação?

AM: O ambiente em que o indivíduo está inserido é um fator significante para a superação ou a maximização do fenômeno impostor. O autoconhecimento também é um fator chave para a superação do fenômeno. Já referente às redes sociais, podemos destacar que o uso consciente e a evitação da comparação social são caminhos para evitar que esses meios digitais se tornem vilões na vida dos estudantes e docentes.

CRCPR Online: Professor Flaviano, quais sinais indicam que a autocrítica deixou de ser construtiva e passou a prejudicar o desempenho e o bem-estar no ambiente acadêmico?

Flaviano Costa

Flaviano Costa (FC): A autocrítica passa a não ser mais uma atitude construtiva quando ela se torna prejudicial às atividades acadêmicas e profissionais do indivíduo. Nesse contexto, a pessoa superestima as habilidades e competências de terceiros e subestima suas próprias competências e habilidades, característica presente em indivíduos que passam pelo Fenômeno do Impostor, que podem desenvolver condutas de autossabotagem, procrastinação, autodepreciação e comportamentos workaholics, além da atribuição do próprio sucesso a fatores externos, tais como sorte ou excesso de trabalho.

CRCPR Online: As redes sociais já estão profundamente inseridas no cotidiano de todos. Na sua opinião, o que deve ser feito para encontrar equilíbrio e evitar comparações excessivas?

FC: As comparações sociais aumentaram com a utilização exacerbada das redes sociais, nas quais as pessoas mostram invariavelmente seus sucessos e somente o que ocorre de positivo em suas vidas. Por esse motivo, é importante que essas comparações sejam relativizadas. Algumas questões são importantes nesses casos: [1] os indivíduos possuírem um autoconhecimento e não se deixarem levar por questões comparativas; [2] ter a consciência de que a vida pessoal, acadêmica e profissional de cada indivíduo é única e evolui de maneira diferente; e [3] muitas vezes as comparações não consideram as consequências temporais envolvidas, assim, pessoas se comparam com outras que já possuem uma trajetória consolidada. Desta forma, em minha opinião, as comparações devem ser no sentido de admiração e impulsionamento e não no sentido de querer ocupar o lugar dessa pessoa.


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