"Uma pesquisa recente realizada por pesquisadores da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) e da Universidade Estadual de Maringá (UEM) lança luz sobre os fatores que afetam o desempenho ambiental, social e de governança (ESG) de empresas em economias emergentes. Publicada na Macro Management & Public Policies, a pesquisa analisa dados de empresas situadas no Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS) e destaca a importância da transparência e da liberdade econômica para o desempenho ESG.

Os autores Sady Mazzioni, Caroline Keidann Soschinski, Maurício Leite, Cristian Baú Dal Magro e Simone Leticia Raimundini Sanches conduziram o estudo utilizando regressão de dados em painel com efeitos fixos controlados por ano e setor econômico, cobrindo o período de 2016 a 2022. A amostra incluiu 6.278 observações de empresas localizadas nos países do BRICS.

A pesquisa revelou que um maior nível de transparência, medido pela ausência de corrupção, melhora significativamente o desempenho nas dimensões ambiental e social das empresas. Além disso, o Índice de Liberdade Econômica mostrou uma associação positiva com a dimensão de governança, enquanto a adesão voluntária ao Pacto Global das Nações Unidas e o tamanho das empresas também se destacaram como fatores importantes para um melhor desempenho ESG.

Os resultados têm implicações práticas tanto para políticas públicas quanto para a gestão corporativa. No nível nacional, políticas que promovam a transparência e a liberdade econômica podem criar um ambiente mais favorável para práticas empresariais sustentáveis. No nível corporativo, a adesão a iniciativas voluntárias como o Pacto Global pode impulsionar o desempenho ESG, especialmente em grandes empresas que possuem mais recursos para implementar práticas sustentáveis.

A ideia para este estudo surgiu da necessidade de compreender como os fatores institucionais e específicos das empresas afetam o desempenho ESG em economias emergentes, um tema cada vez mais relevante à medida que os investidores e reguladores demandam maior responsabilidade socioambiental das empresas. A pesquisa contribui para a teoria institucional ao sugerir que as características institucionais dos países têm um impacto significativo nas práticas ESG das empresas, mesmo em contextos de economias emergentes.

Os resultados desta pesquisa são consistentes com a teoria da legitimidade, que postula que as empresas em países do BRICS divulgam mais informações ESG para ganhar e manter sua licença social para operar. Este estudo avança no entendimento dos determinantes do desempenho ESG em mercados emergentes e, também, oferece recomendações práticas para empresas e formuladores de políticas que buscam melhorar a sustentabilidade e a transparência corporativa."