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Autoeficácia dos Contadores: Como a Confiança no Trabalho Impulsiona a Adaptação Tecnológica
"Uma pesquisa inovadora realizada por especialistas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) traz novos insights sobre a relação entre a autoeficácia dos contadores e a adaptação às tecnologias no ambiente de trabalho. Publicada na Revista Ciências Administrativas, a pesquisa destaca a importância da confiança nas próprias habilidades para enfrentar os desafios tecnológicos da profissão.
Conduzida por Bruno Silva de Oliveira, Leticia Isabele Pereira, Alison Martins Meurer e Ricardo Adriano Antonelli, a pesquisa envolveu uma survey on-line com 151 profissionais contábeis. Os resultados revelaram que contadores com baixa autoeficácia – ou seja, menor confiança em suas habilidades – tendem a perceber as novas tecnologias como uma interferência maior em suas rotinas de trabalho. Utilizando a técnica de Modelagem de Equações Estruturais (MEE), os pesquisadores constataram uma relação positiva entre a autoeficácia negativa e a percepção de interferência tecnológica.
A análise mostrou que o bem-estar subjetivo e a formação acadêmica em Ciências Contábeis também influenciam essa percepção. Profissionais que se sentem bem consigo mesmos e que acreditam ter recebido um suporte adequado durante sua formação são menos propensos a ver as tecnologias como uma ameaça. Isso sublinha a importância de um currículo educacional que incorpore o desenvolvimento de habilidades psicocomportamentais, além do conteúdo técnico.
A ideia para este estudo surgiu da necessidade de compreender melhor as barreiras psicológicas que podem dificultar a integração tecnológica na contabilidade. Embora muitos estudos se concentrem nas habilidades técnicas, poucos exploraram como a autoeficácia influencia essa dinâmica. Este trabalho pioneiro abre novas possibilidades para pesquisas futuras e oferece recomendações práticas para educadores e gestores.
Com a rápida digitalização das atividades contábeis, é imperativo que as instituições de ensino e as empresas invistam em treinamentos que fortaleçam a confiança dos profissionais em suas capacidades. Essa abordagem pode não apenas melhorar a adaptação tecnológica, mas também aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços prestados. A pesquisa enfatiza que programas de formação contínua devem incluir o fortalecimento da autoeficácia para preparar os contadores para as mudanças tecnológicas.
Os resultados têm implicações práticas significativas. Eles destacam a importância de programas de formação que não apenas ensinem novas tecnologias, mas também fortaleçam a confiança dos profissionais em seu uso. Teoricamente, o estudo avança a compreensão de como fatores psicocomportamentais, como a autoeficácia, podem mediar a relação entre tecnologia e desempenho no trabalho.
Para um mundo cada vez mais digital, preparar os profissionais contábeis para enfrentar as mudanças tecnológicas com confiança é crucial. Este estudo não apenas ilumina as complexidades dessa adaptação, mas também oferece um caminho claro para melhorar a integração tecnológica no campo contábil, beneficiando tanto os profissionais quanto as organizações em que trabalham."
Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG
Letícia Isabele Pereira (leticia.zengoldabil@gmail.com)
Bacharel em Ciências Contábeis pela UEPG
Alison Martins Meurer (alisonmeurer@ufpr.br)
Professor Adjunto do Magistério Superior da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Doutor e Mestre em Contabilidade pela UFPR
Ricardo Adriano Antonelli (ricardoaantonelli@yahoo.com.br)
Doutor e Mestre em Contabilidade pela UFPR
Conheça o estudo na íntegra:
Artigo publicado na revista Ciências Administrativas, da Universidade de Fortaleza - Disponível em: https://ojs.unifor.br/rca/article/view/14088
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