"Se você é gestor público ou atua na área de Previdência Social, provavelmente já se deparou com as dificuldades na gestão eficiente dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), especialmente nos grandes municípios. Por outro lado, se você é servidor, talvez já tenha se perguntado sobre a sustentabilidade e a eficácia dos recursos previdenciários que garantem seu futuro.

Para esclarecer essas questões, os pesquisadores desenvolveram o estudo “Análise da eficiência dos gastos previdenciários dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) dos maiores municípios de Goiás”, o qual foi publicado na Revista de Contabilidade e Controladoria (RC&C), este trabalho visa mensurar a eficiência dos gastos previdenciários em 20 dos maiores municípios goianos, utilizando dados do ano de 2020.

Participaram da pesquisa 20 municípios, selecionados com base no número de habitantes e na relevância de seus RPPS. A metodologia adotada foi a Análise Envoltória de Dados (DEA), uma técnica que permite avaliar a eficiência na alocação de recursos ao comparar unidades que realizam atividades semelhantes. O estudo considerou variáveis como receitas previdenciárias, número de beneficiários, despesas previdenciárias, benefícios pagos e incremento do patrimônio líquido, a fim de identificar quais RPPS conseguem utilizar seus recursos da maneira mais eficiente.

Entre os principais achados, destaca-se que 11 municípios, incluindo Águas Lindas de Goiás, Anápolis e Goiânia, alcançaram a eficiência máxima, posicionando-se na fronteira da eficiência. Esses resultados são surpreendentes, considerando os desafios fiscais e demográficos que os RPPS enfrentam atualmente. Além disso, o estudo revela que alguns RPPS se destacam como benchmarks, servindo de referência para os municípios menos eficientes.

Os pesquisadores também chamam atenção para as implicações práticas de seus achados. A eficiência na gestão dos RPPS não apenas garante a sustentabilidade dos recursos previdenciários, mas também oferece aos gestores públicos uma ferramenta poderosa para melhorar a aplicação dos recursos. Isso é especialmente relevante em um cenário de envelhecimento populacional, no qual a pressão sobre os sistemas de previdência tende a aumentar.

O mais interessante deste estudo é perceber que, apesar dos desafios, a eficiência na gestão previdenciária é possível e pode ser alcançada com estratégias bem definidas. Resta saber como esses municípios continuarão a melhorar suas práticas e quais serão os impactos dessas melhorias na vida dos servidores e na sustentabilidade dos RPPS."