Tribunal de Justiça busca parceria com PVCC para educação financeira de menores acolhidos

A reunião da Comissão Estadual do Programa de Voluntariado da Classe Contábil (PVCC), realizada nesta quinta-feira (20/7), no CRCPR, contou com a participação do Assessor da 2ª Vice-Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), Lucas Romero Leite. O propósito do encontro foi a proposição de uma parceria com o PVCC para levar as palestras sobre educação financeira e orçamento familiar a menores acolhidos nas diversas casas-lares de Curitiba.

Segundo ele, são cerca de 100 jovens que estão abrigados nesse tipo de instituição e, a partir dos 14 anos, começam a ser preparados para a inserção no mercado de trabalho e para terem autonomia financeira quando saírem das instituições, aos 18 anos. "A criança que vive com sua família recebe uma educação financeira indireta, quando vai com os pais à padaria, ao supermercado, e aprende o preço das coisas, que o dinheiro é limitado, que tem que guardar o troco do pão para comprar outra coisa. Já a criança acolhida não tem essa vivência, pois grande parte dos bens que circulam nas casas-lares são doações e, por mais que os pais sociais se esforcem para inserir essas informações no dia-a-dia das crianças, não é a mesma coisa. Quando eles completam 18 anos e são obrigados a sair do sistema, muitas vezes não têm nenhuma noção de como lidar com o dinheiro", conta Leite.

Ele contou que soube, por meio de outra instituição, das palestras do PVCC sobre orçamento familiar. "Achamos que esse tipo de informação é exatamente o que procuramos, porém, precisamos adaptar a linguagem e o conteúdo para o público adolescente", disse. Para ilustrar a necessidade de passar a esses jovens esse tipo de informação, ele contou sobre um rapaz de 16 anos que começou a trabalhar como aprendiz e gastou sua primeira bolsa inteirinha comprando um moletom de grife, ou ainda. "Quando o jovem acolhido tem idade suficiente e começa a fazer estágio ou a trabalhar como aprendiz, metade do que ele recebe vai para uma poupança. Ao completar 18 anos ele passa a poder movimentar essa conta e a viver por conta própria. Tivemos um caso em que o rapaz pegou todo o valor e comprou um carro, mas vivia de favor na casa de conhecidos. Como não tinha dinheiro para manter o veículo, acabou por perdê-lo e ficou sem nada. Para evitar esse tipo de situação é que estamos buscando alternativas para que eles tenham acesso a algum tipo de educação financeira", relatou.