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Realizada em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro, a COP 30 - Reunião Anual da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre mudança do clima- foi palco para o lançamento da Tropical Forest Forever Facility (Fundo Florestas Tropicais para Sempre – TFFF - Sigla em inglês). O projeto busca transformar a conservação em um ativo econômico capaz de atrair investimentos públicos e privados. Para que isso de fato funcione, o modelo depende de métricas confiáveis, prestação de contas rigorosa e governança sólida — elementos diretamente ligados ao trabalho contábil. É a contabilidade que assegura que os recursos sejam rastreáveis, que cheguem ao destino certo e que a integridade dos resultados ambientais possa ser comprovada.

O TFFF propõe pagar permanentemente pela preservação, o que exige mecanismos financeiros duradouros, controles robustos e auditoria independente. A ideia é combinar capital privado com pagamentos por resultados ambientais, numa estrutura que funciona como uma “engenharia financeira verde”. Nesse formato, indicadores ambientais como redução do desmatamento, proteção de áreas sensíveis e manutenção da vegetação precisam ser convertidos em dados auditáveis, capazes de justificar desembolsos e estimular a captação de novos recursos. Isso abre espaço para atuação direta do profissional contábil em áreas como mensuração de impacto, avaliação de desempenho, compliance e validação de informações.

Segundo a diretora do Instituto Clima e Sociedade (ICS), Maria Netto, "o fundo ainda é um desenho, mas é a coisa mais ambiciosa que aconteceu em anos, porque destravará um problema que parecia insolúvel, que é dar um valor para a floresta em pé". A diretora, em entrevista ao portal Página 22,  disse que apesar do potencial de transformação do fundo, o desenho dele ainda possuí pontos nebulosos. E como saber se todos os países tropicais do mundo terão a mesma capacidade de execução? Para Maria, a questão não é somente financeira, mas também se de fato o aporte financeiro será usado de forma eficiente para manter a floresta em pé.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista ao programa A Voz do Brasil, afirmou que o TFFF remunerará aqueles países que não desmatarem "Hoje o Brasil tem recursos para incentivar aqueles que estão desmatando para que parem de desmatar, mas nós não tínhamos ainda um mecanismo para remunerar aqueles que não desmataram, (...) e que estão prestando um serviço para o equilíbrio do planeta e para o equilíbrio do nosso próprio país, do nosso estado, do nosso município, porque destruir floresta é acabar com os recursos físicos. Destruir floresta é criar problemas em relação ao aumento de temperatura, uma série de prejuízos."

Fontes: InfoMoney, Gazeta do Povo, A Gazeta, IstoÉ Dinheiro, VejaNegócio, Global Forest Coalitionagência gov e Página 22.

Reprodução permitida desde que citada a fonte.