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Seminário sobre Contabilidade Pública lota o auditório do CRCPR


A expectativa entre os cerca de 450 participantes do seminário "Nova Contabilidade Pública - 2013 chegou, e agora?", que ocorreu dias 27 e 28, na sede do CRCPR, em Curitiba, era grande na manhã dessa terça-feira, minutos antes do início da programação. Cerca de 450 pessoas acompanharam o primeiro dia do evento.

Os palestrantes Edilton Soares Rodrigues e Edson Custódio falaram sobre os "Pontos de atenção na adoção das normas brasileiras de contabilidade aplicadas ao setor público".


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Cerca de 450 pessoas acompanharam o evento na terça-feira, 28.






Contadores Públicos

Profissional contábil há quase 33 anos e há quatro meses trabalhando na Câmara Municipal de Curitiba, Sileze Cristina Born (54) confessou estar apreensiva com as alterações que passam a vigorar na área pública a partir do ano que vem. “Precisamos nos preparar o máximo possível. Nasce um novo modelo de contabilidade pública no Brasil. A únião da classe contábil é essencial neste momento de dúvidas”, falou a contadora.

A preparação para as novas regras também é o objetivo de Reginaldo Barbosa (45), contador que atua na Controladoria da Prefeitura de Araucária (PR): “Os desafios são muitos e nós precisamos correr atrás do conhecimento”, disse. Ele estava acompanhado dos colegas de trabalho Josimar Foganholi (23) e Edson Araújo (23), também contadores. “É muito interessante debater sobre este tema aqui no CRC e interagir com outros profissionais da área”, acrescentou Foganholi. “O nome do evento já diz tudo. As novas regras chegaram. ‘E agora?’. Por isso viemos em busca de informações sobre como será a real situação, na prática, com as mudanças a serem implementadas”, completou Araújo.


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Sileze Cristina: "Precisamos nos preparar o máximo possível”.





Para Maria do Carmo Bernardino (54), contadora da Câmara Municipal de Paiçandu há mais de 30 anos, o momento exige atualização. “É o que espero adquirir nestes dois dias”, disse ela.





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Barbosa, Araújo e Foganholi, contadores públicos de Araucária: em busca de capacitação.





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Para Maria do Carmo, o momento exige atualização profissional.



“Fazer certo é o que importa”

Márcio Assumpção, coordenador da Comissão do Contador Público do CRCPR, acredita que as novas regras aplicadas à contabilidade pública devem trazer maior transparência, visibilidade e controle social ao setor, aproximando-se das normas que regem a iniciativa privada: “Fazer certo é o que importa. Esperamos que os contabilistas despertem para a real importância das novas regras de contabilidade para o setor público”. Assumpção comemora o maciço interesse dos contadores públicos ao evento. “Pela época do ano, não esperávamos tanta gente. A procura pelo curso superou as expectativas” – uma lista de espera com dezenas de nomes foi feita após o esgotamento total das vagas para o evento, há dias atrás.

O diretor de contas municipais do Tribunal de Contas do Estado, Mario Antônio Cecato, alertou a plateia de que este é o último evento de 2012, em Curitiba, a abordar a temática: “As mudanças são grandes e começam a ser aplicadas no setor público do Paraná a partir de 2 de janeiro de 2013”.





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Lucélia Lecheta defendeu mais ações voltadas aos contadores públicos.





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Márcio Assumpção: "Fazer certo é o que importa".



Lucélia Lecheta, presidente do CRCPR, defendeu a necessidade de o CRCPR realizar ainda mais ações aos contadores da esfera pública. “O CRC deve proporcionar aperfeiçoamento profissional aos contadores públicos na mesma proporção em que tem se dedicado aos contabilistas da área privada”.

Membros da Comissão do Contador Público, Duílio Luiz Bento, assessor técnico da presidência do Tribunal de Contas do Paraná, Armando Lira, vice-presidente de Relações Sociais do CRCPR, e Moacir Baggio, presidente da Academia de Ciências Contábeis do Paraná, também participaram da abertura do evento na manhã desta terça-feira, apresentada pelo diretor operacional do CRCPR, Hugo Catossi.





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Edson Custódio, um dos palestrantes da terça, 28.





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Edilton Rodrigues foi o primeiro a falar na palestra de terça-feira.



A visão da STN sobre as alterações na contabilidade pública

Na tarde de terça-feira, a analista de finanças de controle da Secretaria do Tesouro Nacional, Carla de Tunes Nunes, falou sobre “A visão da Secretaria do Tesouro Nacional - STN sobre as alterações na contabilidade aplicadas ao setor público”. A intimidade com o assunto decorre da sua participação da equipe que elaborou o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público e também da que traduziu as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, as IPSAS (International Public Sector Accounting Standards), editadas pela Federação Internacional de Contadores (International Federation of Accountants – IFAC).

“Por que mudar, não estava tudo indo muito bem?”, questionou Carla no início da sua fala. Para ela, “estamos vivendo um momento histórico”: os profissionais que atuam na área pública ganham especial relevância, estão convidados a romper paradigmas.





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A analista de finanças de controle da Secretaria do Tesouro Nacional, Carla de Tunes Nunes, falou sobre “A visão da Secretaria do Tesouro Nacional - STN sobre as alterações na contabilidade aplicadas ao setor público”.





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A inscrição para o seminário eram brinquedos, que serão doados a crianças carentes no Natal.



Procurando contextualizar, ela que disse que, nas últimas décadas, o Brasil se transformou em potência econômica e precisava ajustar a sua contabilidade privada e pública aos padrões internacionais. O setor público precisa ter uma contabilidade mais transparente, objetivo do processo de convergência, que acabou desaguando nas IPSAS e no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público que são, a partir de agora, os instrumentos de navegação dos órgãos públicos.

A parte técnica da palestra focou detalhes dos novos procedimentos, em particular o plano de contas e as novas demonstrações contábeis. A grande novidade – sintetizou – é a mudança do enfoque contábil orçamentário e financeiro para o patrimonial. O primeiro vem desde as regras inspiradas na Lei 4.320/1964, reforçadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. O novo plano de contas atende a todos os entes da federação e aos demais usuários da informação contábil. O resultado, segundo a palestrante, será maior controle e transparência, informações mais consistentes sobre o patrimônio e as finanças públicas.




28/11/2012 - A experiência curitibana com as novas regras

As experiências, soluções e perspectivas do município de Curitiba com a implantação das alterações na contabilidade aplicada ao setor público foi o tema da palestra que Antônio Oliveira, do Departamento de Contabilidade da Secretaria de Finanças da capital, apresentou na manhã desta quarta, 28.


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Antônio Oliveira, da Secretaria de Finanças de Curitiba, apresentou palestra na quarta, 28.







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Regina e Maraglai, contadoras, acompanham o evento na quarta-feira, no CRCPR.


O tema interessou especialmente a Maraglai Pereira dos Santos (59), contadora que ocupa o cargo de técnica de planejamento do Setor de Recursos Humanos da Prefeitura de Piraquara. Segundo ela, o município passa a adotar as novas regras contábeis para o setor público em 2013. “Curitiba já está adiantada neste processo. Saber como foi a adoção das mudanças por aqui vai nos auxiliar na preparação para o ano que vem”, disse Maraglai.

Ao lado dela, estava a também contadora Regina Luíza Weymer (45), assistente administrativa no Departamento de Contabilidade da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).




Para Regina, o evento em geral estava sendo bastante proveitoso para o aperfeiçoamento profissional. A palestra de Carla Nunes, da STN, na tarde de terça-feira, foi a mais interessante para ela, “por ter focado em aspectos no âmbito federal”, explicou a contadora.

Antes de abordar a experiência curitibana com as novas regras, o palestrante comentou aspectos históricos de transformação das atividades contábeis, como o surgimento de novos aparatos tecnológicos que modernizaram a profissão e a aquisição de conhecimentos diversos ao longo dos séculos, apresentados em vídeo, e contextualizou conceitos específicos ligados à contabilidade pública.




Soluções criativas para melhoria da gestão contábil

No painel “Soluções criativas para melhoria da gestão contábil”, o professor André Fernando Hein, do curso de Ciências Contábeis da Unioste, campus de Marechal Cândido Rondon, apresentou, à tarde, os resultados do grupo de estudos criado para debater as novas regras da contabilidade pública. A finalidade do grupo é primeiramente estudar as normas, mas como é formado por pessoas que atuam na área pública e têm, portanto, uma experiência, o aprendizado é vasto e contínuo, permitindo comparações entre a prática atual e o que muda. O grupo – informa André – vai continuar em 2013, aberto à participação de profissionais, com reuniões quinzenais.


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Painelistas André Fernando Hein, Décio Vicente Galdino e Marcos Antônio Rocco.







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Professor André Fernando Hein, da Unioste, campus de Marechal Cândido Rondon, apresentou os resultados do grupo de estudos criado para debater as novas regras da contabilidade pública.


Participaram ainda do painel os membros da Comissão do Contador Público Décio Vicente Galdino, Marcos Antônio Rocco e Márcio Assumpção, trocando ideias com o público presente. Uma das maiores preocupações do pessoal que atua no setor público paranaense é em relação ao software SIM AM, utilizado pelo Tribunal de Contas do Estado do PR para coletar os dados dos órgãos públicos. O SIM AM, no entanto, não é contabilidade mas uma ferramenta, afirmou Márcio Assumpção. Dominar o software é uma questão de treinamento, que o TCE vem oferecendo aos interessados.





Outra perspectiva assinalada nas discussões referiu-se à necessidade de ajustar o currículo das instituições de ensino à realidade das normas internacionais de contabilidade que, afinal, definem que a essência da contabilidade é o patrimônio; e o patrimônio público é preocupação de toda a sociedade. Segundo os debatedores, no entanto, os cursos de ciências contábeis enfatizam a contabilidade privada; a pública é, no máximo, objeto de disciplina de um semestre ou de programa de especialização.


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Comissão do Contador Público do CRCPR, responsável por parte da organização do seminário.





Alternativas também foram cogitadas para permitir a interação contínua entre o pessoal que atua no setor: criar um blog? Utilizar o Facebook? Ou ainda o Portal do Contador Público? Bastam essas indagações para indicar que a contabilidade pública brasileira está, de fato, entrando em nova era.