Quase tanto quanto saber os números da Mega Sena, descobrir que carreiras estarão em alta em um futuro próximo é um desejo frequente na lista de brasileiros da virada do ano. Se, mesmo tendo à mão os números mais sorteados ao longo dos anos, a probabilidade de acertar as dezenas é infinitamente pequena, traçar um prognóstico sobre planos de contratações das empresas, no entanto, é trabalho mais frutífero, levado a cabo por pesquisas de consultorias especializadas.
O Guia Salarial 2025 da Robert Half, por exemplo, revela que 44% das empresas brasileiras planejam abrir vagas permanentes neste ano, enquanto 32% pretendem expandir alocações temporárias para projetos de até seis meses. Segundo o estudo, a área de Contabilidade estará entre as que terão demanda mais aquecida, ao lado de Inteligência artificial/Automação/Aprendizado de máquina, Serviços de TI/Suporte/Operações e Atendimento ao cliente.
E os prognósticos positivos não param por aí: com taxas de desemprego em níveis historicamente baixos, somadas à escassez de talentos qualificados a empresa de consultoria em recrutamento especializado já prevê um aumento significativo no salário-base, entre 20% e 30%, em propostas de mudança de emprego.
O que o mercado quer?
Neste quesito não sobra nenhum espaço para sorte. Segundo a consultoria, investir tempo na educação continuada é visto como um diferencial competitivo. Como o lifelong learning demanda disciplina e visão estratégica, a recomendação dos especialistas é investir em habilidades fundamentais, como o domínio de idiomas. Além disso, para quem pretende alcançar cargos de liderança, a recomendação é observar quem já chegou lá e investir em capacitações que ajudaram a alavancar suas carreiras.
As habilidades técnicas (hard skills) com tendência de maior valorização são Inteligência Artificial/Automação/Aprendizado de máquina, Análise de dados, Idiomas (destaque para o inglês) e Tecnologia imersiva. Já em se tratando de habilidades comportamentais (soft skills), destacam-se Inteligência emocional, Pensamento crítico, Comunicação, Liderança e Resolução de Problemas.
“Nada diferente do que temos trabalhado como foco principal das capacitações que temos oferecido na nossa grade de cursos e palestras ao longo dos últimos dois anos, com destaque para as diversas Escolas Técnicas, lives e, especialmente, a nossa Escola de Formação de Lideranças”, pondera o vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, Laudelino Jochem.
Setores e Funções
Segundo a publicação da Robert Half, os segmentos que vêm liderando as contratações na área de Contabilidade e Finanças são: agronegócios, indústria química, saúde e equipamentos médicos, infraestrutura. Quanto às áreas funcionais mais aquecidas, destacam-se Contabilidade, Planejamento e análise financeira (FP&A), Controladoria e Auditoria. Por fim, os dados da empresa apontam que os cargos com maior demanda têm sido controller, gerente de planejamento financeiro/controladoria, coordenador(a) contábil/fiscal, analista contábil/fiscal.
“Precisamos ter em vista que conviveremos com dois sistemas tributários ao longo dos próximos anos. Além disso, com a adoção de normas contábeis relativas a relatórios de sustentabilidade, no curto e médio prazo a demanda por profissionais da contabilidade qualificados seguirá bastante aquecida e nós temos como compromisso continuar investindo em oferecer capacitações inovadoras e com altos padrões de qualidade à classe contábil do Paraná”, completa Jochem.
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