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Cartaz combate feminicídio.PNGNesta quarta-feira, 22 de julho, o Paraná viveu mais um Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. A data, instituída no calendário oficial do Estado pela Lei 19.873/2019, de autoria da deputada estadual Cristina Silvestri,  que também é procuradora da mulher da Assembleia Legislativa do Paraná, tem como objetivo incentivar e unificar ações de combate em um ‘Dia D’, quando órgãos públicos, entidades, associações, lideranças políticas e sociedade civil organizada centralizam o discurso em uma única pauta: a necessidade de interromper o ciclo da violência doméstica e evitar feminicídios.

“O feminicídio é o último grau da violência doméstica. Antes deste crime acontecer, a violência se manifesta de forma gradativa. Começa silenciosa e evolui aos poucos. O Dia de Combate ao Feminicídio vem de encontro à necessidade de se falar mais sobre isso, conscientizando, principalmente as mulheres, sobre a necessidade delas se encorajarem e quebrarem este ciclo de sofrimento. A denúncia é o primeiro passo para evitarmos feminicídios”, explica a deputada.

Para a ação deste ano, a Procuradoria Especial da Mulher produziu um cartaz que foi enviado para diversos municípios do Paraná com mensagens de conscientização sobre a importância das denúncias. A peça visa divulgar, também, o Boletim de Ocorrência Online, conquista recente do órgão que foi liberada pela Secretaria de Segurança Pública (SESP-PR) após articulação intensa da Procuradoria, com o apoio da bancada feminina, mesa diretora da Assembleia Legislativa, deputados e órgãos de Justiça.

“Nosso foco é colar estes cartazes para a maior quantidade de condomínios possíveis. Os condomínios foram escolhidos justamente por conta do momento de pandemia que vivemos. As mulheres estão passando mais tempo com seus agressores e, por isso, precisamos levar até elas a informação de que agora elas contam com o B.O. Online, ferramenta para denúncia silenciosa”, explica Silvestrini. A ação conta com o apoio fundamental de Procuradoras Municipais da Mulher, gestoras e gestores municipais, vereadoras, vereadores, entidades e associações. 

Mais de 30 municípios aderiram à campanha da Procuradoria. Outras cidades realizam atividades próprias, também voltadas para o combate ao feminicídio. Há uma grande mobilização, também, nas redes sociais, com a divulgação intensa de peças que ressaltam a importância da realização de ações nesta data, além de incentivarem mulheres a denunciarem seus agressores.

Feminicídio em números - Há anos o feminicídio vem mostrando índices crescentes e alarmantes no Brasil – e no Paraná não é diferente. Em 2018, 61 mulheres foram vítimas de feminicídio no Estado. Em 2019, o número subiu para 89. Agora, em 2020, só no primeiro trimestre, 23 mulheres foram vítimas do mesmo crime no Paraná.

“Estes índices comprovam a necessidade de falarmos mais sobre este assunto. É necessário conscientizarmos e, enquanto Legislativo, fiscalizarmos, para que as políticas públicas para as mulheres estejam em pleno funcionamento hoje, principalmente durante a pandemia”, ressalta a deputada.

A pandemia do novo coronavírus trouxe, também, uma preocupação grande sobre violência doméstica. Desde o anúncio das medidas de isolamento social, a Procuradoria da Mulher e as deputadas da Assembleia Legislativa têm se manifestado propondo ações para o combate à violência e cobrando informações sobre o tema, antevendo o problema de as mulheres passarem mais tempo com seus agressores.

No início da pandemia no Brasil, em meados de março, houve um aumento rápido, de 15%, do registro dos casos de violência contra a mulher no Estado, segundo dados da SESP. Mas pouco tempo depois, o número de registros caiu 22%. Para a procuradora da mulher, a queda não significa que as mulheres pararam de sofrer violência na pandemia. “Para nós ficaram muito claras, na verdade, as subnotificações. Era uma tendência as mulheres pararem de denunciar, justamente por estarem passando mais tempo com os seus agressores. Por isso o boletim online veio em boa hora, como uma ferramenta de denúncia silenciosa, em que a mulher pode pedir ajuda de dentro de casa, em algum momento que ficar sozinha”, pondera.

Para acompanhar as ações da Procuradoria Especial da Mulher da Alep, acompanhe o Facebook (clique aqui) e o Instagram (clique aqui).

Fonte: Notícias ALEP