Procurador da Lava Jato traça histórico do combate à corrupção
A aguardada palestra do procurador do Ministério Público integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato, Roberson Pozzobon, correspondeu plenamente às expectativas dos participantes da 17ª Convenção dos Profissionais da Contabilidade do Estado do Paraná, na tarde de 19 de maio.
Após traçar um histórico dos recentes escândalos de corrupção investigados no país, começando com os Anões do Orçamento e passando pelo Caso Banestado, Operação Castelo de Areia e o Mensalão, demonstrou que a cultura da impunidade só contribuiu para aumentar tais práticas.
Do ponto de vista mais sociológico, afirmou que "a corrupção ofende a confiança que as pessoas têm, umas sobre as outras" e que, em geral, "beneficia a quem está no poder, mas com o avanço da Lava Jato, ficou claro que o esquema se reproduz no âmbito dos estados e municípios, atingindo também os partidos antagonistas ao governo federal". Observou que quanto menor o custo do contrato, maior o percentual da propina.
No entanto, fez questão de destacar que, em seus estudos sobre práticas de combate à corrupção em diversos países, observou que o brasileiro não é pior nem melhor que as outras nacionalidades. "Apenas há outras nações que estão mais à frente no combate a essas práticas".
Em sua mensagem final, disse que "temos que buscar a solução dentro das regras do jogo. Regimes totalitários somente escondem a corrupção, impedindo investigações e cerceando a liberdade de imprensa".