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Artigo da contadora Juh Círico, integrante da Comissão de Diversidade e Inclusão do CRCPR

"Nossa sociedade foi historicamente construída para associarmos cargos e funções de poder a homens brancos cisgêneros e heterossexuais. 

O patriarcado como conhecemos começou muitos antes do Brasil ser invadido por colonizadores de todo o globo, pois já se tratava de uma realidade em diversas nações pelo mundo antes do ano de 1500, com ênfase no continente europeu. 

Atualmente, podemos observar que os reflexos desse sistema cis branco heteronormativo ecoa até os dias de hoje nas relações de poder, seja na política, seja nas instituições públicas e privadas, seja nas empresas de todo o país. 

Corpos que não correspondem a essa expectativa, sendo: mulheres, negros, LGBTQIAPN+, indígenas e Pessoas com Deficiência (PcDs) são menorizados de diversas formas. E por qual motivo? Para manter o patriarca conservador no poder. 

Isso significa que não pode se ter homens brancos cis héteros no poder? Não! Isso significa que é preciso questionar o motivo do Brasil, um país onde mais de 50% da população é negra e do gênero feminino ainda possui pessoas brancas e homens ocupando a maioria dos cargos políticos e de lideranças organizacionais.

Não precisamos ir longe, basta olharmos e questionarmos a nossa volta sobre quantos amigos, colegas e familiares que são mulheres, negros, LGBTQIAPN+, indígenas e PcDs? Quantas dessas pessoas ocupam papéis de liderança em organizações? 

Serão poucos, isso se não for, infelizmente, zero. A história de exclusão da diversidade na sociedade brasileira ao longo dos anos pode se apresentar desmotivadora devido à ausência de indivíduos menorizados. 

Contudo, as novas gerações inspiradas no ativismo e movimentos passados têm encontrado várias formas de confrontar as desigualdades e a falta da diversidade nas organizações e na sociedade, sendo a pressão comercial a mais praticada, marcas de diversos setores da economia não querem ter sua imagem associada a narrativas e comportamentos preconceituosos que desvalorizem seus produtos e serviços resultando em prejuízos e baixa popularidade.

Em um excelente artigo da cofundadora e CEO da Fin4she, Carolina Cavenaghi, uma plataforma que conecta e impulsiona negócios e pessoas através da diversidade, a autora apresenta fortes argumentos para investir em diversidade nas organizações:

  • 93% é a probabilidade de empresas com diversidade de gênero superarem a performance financeira de suas concorrentes; (Fonte: Mckinsey, 2020)
  • 24 meses após a contratação, mulheres CFO (diretoras financeiras) geram aumento de 6% no lucro e 8% no preço das ações; (Fonte: S&P Global Market Intelligence, 2019)
  • 83% dos millennials são mais engajados quando acreditam que a empresa em que trabalham têm cultura inclusiva; (Fonte: Delloite, 2015). 
  • 19% a mais de receita é gerada por equipes de gestão diversificadas devido à capacidade de inovação. (Fonte: BCG, 2018)

Para além das vantagens citadas pela autora, vale destacar que empresas que incluem a diversidade na cultura organizacional conseguem um maior estímulo da criatividade, aumentam o senso de pertencimento e um maior engajamento, além de reter talentos e fortalecer o employer branding resultando em uma organização com credibilidade e potencial competitivo no mercado."



Artigo da contadora Juh Círico - Integrante da Comissão de Diversidade e Inclusão do CRCPR

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