Na tarde do dia 21 de novembro, o Instituto Paranaense da Mulher Contabilista (IPMCONT) realizou um almoço em comemoração aos 20 anos de história. O encontro reuniu associadas e organizadoras. Fundado em 2005, hoje em dia a organização possuí mais de 100 mulheres cadastradas, ajudando e apoiando aquelas que procuram espaço dentro da contabilidade.
Confira a entrevista com a profissional contábil e professora universitária, Elisete Ferreira de Carvalho, presidente do IPMCONT:
CRCPR Online: No dia 24/10, o IPMCONT completou duas décadas de trajetória. O que você pode destacar na história do Instituto?
Elisete Carvalho (EC): Há duas décadas atrás, cerca de oito mulheres decidiram fundar o Instituto. Agora, somos aproximadamente 100 mulheres associadas. Apesar de parecer um número pequeno diante da quantidade de profissionais existentes no estado, ele é muito significativo, porque permitiu que a entidade permanecesse viva, crescendo lentamente, mas com consistência. Nesse período, o IPMCONT acompanhou transformações tecnológicas, sociais, econômicas e de comportamento na sociedade. Ainda assim, manteve seu fundamento principal, de promover parceria e aproximação entre mulheres contabilistas. Essa identidade faz com que todas se sintam em família e acolhidas, o que é muito valioso, porque as mulheres chegam ao Instituto querendo fazer parte do grupo e sentem orgulho de pertencer a ele. Acho que esses pontos podem ser considerados destaque de uma instituição que não tinha nenhuma obrigação de existir, mas que, por existir, encanta as mulheres que reconhecem o papel que o IPMCONT desempenhou e continua desempenhando ao longo de todos esses anos.
CRCPR Online: Como avalia a evolução da presença feminina na contabilidade paranaense, ao longo destes 20 anos?
EC: A gestão anterior fez um avanço enorme, mesmo em um tempo de pandemia e sem poder aproveitar a evolução tecnológica, tendo conseguindo expandir o Instituto para além de Curitiba, ao incentivar delegadas e conselheiras a fazerem parte do Instituto e contando também com o apoio do CRCPR e da própria FECOPAR. Durante aquela gestão, teve relevância ainda a publicação de um livro de autoridade das associadas, em que cada uma contou a sua, história, um fator que também atraiu novas mulheres para o Instituto. Agora, na nossa gestão, nós trouxemos uma inovação tecnológica, com a visão de que a comunicação é essencial para o sucesso profissional. Não adianta termos apenas qualificação técnica; é importante também saber nos posicionar publicamente, garantindo fala segura e organizada. Por isso, estamos reinvestindo no aperfeiçoamento da comunicação. Lançamos também, em homenagem aos 20 anos, o podcast do IPMCONT, chamado Auditoria da Alma, que prevê 24 episódios em sua primeira temporada. O primeiro foi lançado em 24 de outubro, data de aniversário do Instituto e já trouxe um impacto muito positivo, sendo motivo de orgulho para as fundadoras, que observam o fortalecimento contínuo. E incentivamos as nossas associadas a ficarem à frente das câmeras e falarem sobre temas simples, verdadeiros e também técnicos — para que todas vejam que podemos ser uma vitrine. Para mostrar a qualidade da profissional contabilista do estado do Paraná.
CRCPR Online: De que forma o IPMCONT tem contribuído para ampliar a participação e o desenvolvimento das mulheres na contabilidade?
EC: O IPMCONT quer ser inserido como uma entidade de classe. Observando o número de associados que têm tanto o IPMCONT quanto outros sindicatos, percebemos que há lideranças que não aparecem, porque não estão dentro dessa rede considerada oficial. A classe contábil precisa se fortalecer politicamente, e as mulheres também podem contribuir nesse sentido. Dentro do IPMCONT, temos duas vereadoras: a Indiara Barbosa, que foi a vereadora mais votada de Curitiba; e a Cristina Balestra, que atua em Campo Magro; e a Kelly Menegari, presidente da Associação Comercial de Colombo (ACP). Queremos ver as mulheres ocupando cargos públicos e posições importantes, porque isso garante decisões mais bilaterais. Decisões tomadas apenas por homens, às vezes, deixam de lado necessidades que as mulheres têm. E, a mulher traz sua leveza, sua veia administrativa e têm mais facilidade para fazer várias coisas ao mesmo tempo. As mulheres conseguem ser mãe, profissional, dona de casa, irmã, esposa, tudo praticamente ao mesmo tempo. Essa habilidade aparece quando elas entram em qualquer instituição. Ao participar da gestão, elas trazem essas características e um olhar mais amplo.
CRCPR Online: Gostaria de deixar um recado para as profissionais contábeis?
EC: Venham fazer parte do Instituto. Você traz suas competências e presença, fortalecendo a classe feminina. O que percebemos, ao longo do tempo, é que as entidades de classe não tinham muito espaço para as mulheres; por isso criamos uma instituição na qual elas podem se sentir à vontade. Trocamos dificuldades e dúvidas do dia a dia de forma espontânea e tranquila. Essa sororidade, essa irmandade e esse apoio mútuo nós não encontramos em outro lugar. Queremos levar isso para outros espaços também. Almejamos que o CRCPR continue nos apoiando e estamos pedindo apoio da Fecopar e dos sindicatos, porque queremos incentivar as mulheres a participar, inclusive das entidades sindicais. Queremos que elas preencham as cadeiras do Conselho por meio da participação ativa no sindicato.
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