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Impostômetro atinge a marca de R$ 1 trilhão.

Segundo o painel eletrônico Impostômetro, que calcula o valor que o brasileiro paga de tributos atualizado segundo a segundo, o governo federal acaba de bater um recorde de arrecadação de impostos, atingindo pela primeira vez no País, R$ 1 trilhão. Coincidentemente a esse marco arrecadatório, o IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário lançou no dia 15, em São Paulo um estudo inédito e impactante, mostrando que a quantidade de impostos, taxas e contribuições paga pelo brasileiro aumentou mais do que o PIB nacional, acentuando ainda mais a carga tributária. Participou da solenidade o presidente da Comissão de Estudos Tributários do CRCPR e vice-presidente de Desenvolvimento Profissional, Maurício Fernando Cunha Smijtink.

Problemas

Os dados mais relevantes divulgados pelo estudo fazem uma comparação entre os números no mesmo período. O levantamento mostra que, se comparado com o mesmo espaço de tempo em 2007, houve um aumento nominal de arrecadação de R$ 108,66 bilhões, ou seja, um acréscimo de 16,21%. Também houve um crescimento expressivo na Carga Tributária Per Capita do mesmo período, que cresceu 15% (nominal), o que significa que cada brasileiro pagou R$ 535,90 a mais de tributos ante 2007. Já o total de tributos que os brasileiros pagaram, individualmente, chegou a R$ 4.109,10 no período, contra R$ 3.573,20 no ano anterior. Até o fim de 2008, cada brasileiro pagará aproximadamente R$ 5.628,00, representando um aumento aproximado de R$ 708,00 em relação a 2007.

Segundo o IBPT, nos nove primeiros meses de 2008 os tributos federais subiram 16,38% (R$ 76,14 bilhões), os estaduais 16,70% (R$ 29,00 bilhões) e os municipais, 11,01% (R$ 3,52 bilhões). A CPMF, extinta em dezembro de 2007, fez a a arrecadação cair R$ 25,55 bilhões. Este valor, porém, não comprometeu o aumento da arrecadação, garantido pela alta em outros impostos.

"Apesar da crise anunciada, os números não refletem crise na arrecadação de impostos. Mas a partir do 4º semestre de 2009, esses números deverão sofrer alteração, devido aos reflexos da crise econômica que afetará a população", alerta o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral.

Feirão do Imposto

Próximo ao Impostômetro, no Pátio do Colégio, acontecia o "Feirão do Imposto" com produtos natalinos. A proposta foi mostrar os tributos embutidos no preço final de cada produto comprado. (Veja quadro). Quem esteve presente para orientar a população sobre o peso dos impostos nos bens adquiridos era o Papai Noel em pessoa. O bom velhinho fez questão de deixar claro que a responsabilidade pelos altos custos dos bens não era dele, mas dos 34,3% de impostos que recaem sobre brinquedos ou dos 46,49% que incidem sobre uma bola de futebol.

O aposentado Sebastião Lemes aceitou as desculpas de Noel e pediu a ele um presente: "mais coerência do governo com o destino da arrecadação". Igual pedido fez a analista de sistemas Fernanda Estaiano. "Quando vejo essa quantidade enorme de impostos arrecadados e o monte de problemas que o País enfrenta, imagino que os benefícios só vão para as mãos de poucos", disse Fernanda.

Um projeto que tramita na Câmara dos Deputados pode ajudar o contribuinte a saber o quanto paga de imposto em cada item que adquire. Trata-se do PL 1472/2007, conhecido como "De Olho no Imposto", que prevê discriminar a carga tributária de produtos e serviços nos cupons fiscais. A proposta está parada na Comissão Finanças e Tributação da casa. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral, o projeto tem apoio de todos os setores econômicos. "Se não houver pressão não será aprovado, pois a burocracia estatal não é a favor do projeto. A sociedade deve continuar unida e exercer pressão para haver a aprovação do projeto", disse Amaral.