O boletim ACCPR em Foco é um espaço reservado na área de notícias dos portais da entidade e do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CPRCPR) para divulgar notícias, entrevistas, artigos e eventos dessa entidade que, além de promover o desenvolvimento e a valorização da profissão contábil, fomenta a pesquisa e a atualização dos profissionais da área.
Nesta entrevista, conheça a trajetória de Edilton José da Rocha, ex-presidente do CRCPR e acadêmico da Academia de Ciências Contábeis do Paraná (ACCPR), que ocupa a Cadeira de nº 36.
Edilton José da Rocha (EJR): Após concluir o Técnico em Contabilidade, em 1967, consegui meu primeiro emprego na área contábil. Trabalhei no Banco Com. e Indl.do Sul - SULBANCO, responsável pela centralização do FGTS, naquela época contabilizada em Porto Alegre; e na empresa Móveis Kastrup S/A, como assistente contábil e, depois, tesoureiro. Finalizei o Curso de Ciências Contábeis, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), e iniciei, com o colega Odalvir Luiz Zontta, uma organização contábil, da qual ainda sou sócio. Aventurei-me ainda na área de Direito, mas minha vocação realmente está na contabilidade. Considero que a parceria da ACCPR com o CRCPR foi firmada na época em que fui presidente do CRCPR (1994-1997). Em 1994, por indicação do acadêmico Kenji Iwamoto (também ex-presidente do CRCPR), meu nome foi aprovado pelo colegiado da ACCPR para fazer parte da Academia. É imensa a satisfação, já que é o ápice da honraria que podemos receber de uma entidade composta por seletos profissionais da contabilidade. Em 1998, assumi a presidência da Academia e, com a aprovação do colegiado e pelo brilhante trabalho da acadêmica Eliody Werneck Andrade, instituímos a nossa nova vestimenta institucional (capa). Nesse mesmo ano, pelo também brilhante trabalho do acadêmico Luiz Fanchin Junior, conseguimos mobiliar a sala de reunião da ACCPR, com a doação de mesa e cadeiras pelo acadêmico Juvenal de Oms. Posteriormente, ainda recebi a homenagem da Academia com a medalha de São Mateus. Além disso, ocupo a cátedra 24 da Academia Brasileira de Ciências Contábeis (ABRACICON), da qual muito me orgulho. Quero aproveitar a oportunidade para afirmar que fui um privilegiado em presidir o CRCPR, por isto quero deixar aqui o meu agradecimento ao grupo de funcionários que nos acompanhou naquela jornada e zelou pelo trabalho de alto nível, possibilitando-nos elevar o CRCPR como um dos melhores conselhos em termos de fiscalização e administração. Também quero deixar meus agradecimentos mais uma vez a todos os conselheiros do Conselho que fizeram parte dos quatro anos de nossa gestão.
CRCPR Online: Quais são os principais desafios para a profissão?
EJR: São vários os desafios que o profissional da contabilidade precisa se preocupar, tais como: as novas tecnologias e a evolução dos sistemas operacionais, que devem ser acompanhados com atenção, viabilizando serviços competitivos e de qualidade, que levem informação e dados que facilitem a tomada de decisões por parte de seus clientes. Um ponto muito preocupante é a legislação tributária, civil e comercial, pois somos obrigados a conviver com medidas provisórias, das quais sequer sabemos o futuro. Além disso, a legislação trabalhista vem com alterações substanciais. Também é necessário o cuidado com as implicações civis por falta de zelo, ética ou incompetência. Entendo ainda que o profissional da contabilidade não pode se contentar apenas com os ensinamentos recebidos em sala de aula. Ao meu modo de ver, o profissional tem que ser um estudioso por devoção.
CRCPR Online: Que conselhos daria para alguém ingressando na área contábil?
EJR: Entendo ser difícil aconselhar alguém que está ingressando na profissão da contabilidade, pois, os caminhos são muitos. Por outro lado, podemos orientá-los que escolham aquele que lhe traz mais segurança na execução dos serviços. Quando digo que são muitos os caminhos, podemos citar magistério, auditoria, perícia, mediação, serviços contábeis, assessoria fiscal tributária e outros. Para desempenhar tais serviços é necessário ter equipamentos de excelente qualidade, sistemas que permitam gerar informações precisas e claras, permitindo que o profissional interprete os resultados de forma precisa, passando informações com qualidade. Também oriento que os nossos profissionais se preocupem em estudar outras línguas, entre elas inglês, espanhol e mandarim, pois a abertura do mercado internacional é muito grande e não encontramos contadores que falem fluentemente, principalmente o inglês.
CRCPR Online: Como o senhor vê o futuro da contabilidade?
EJR: Quando faço uma revisão dos tempos em que iniciei na prestação de serviços contábeis, fico pensando como o nosso trabalho era massacrante. Tínhamos que lançar todos os livros fiscais manualmente; para copiar o livro diário era necessário umedecer uma flanela e imprensar com muito cuidado para não rasgar a folha, que era uma seda; o registro de funcionários era todo manual; as guias de informação para o fisco eram datilografadas. Indagávamos: será que o futuro será melhor? O nosso querido ex-presidente do Conselho Federal de Contabilidade, Ivan Carlos Gatti, dizia que “2000 será o ano dos profissionais da contabilidade”. Hoje, já estamos em 2024 e seguimos indagamos como será o futuro da contabilidade. Então, não tenho dúvidas em afirmar que o nosso futuro será ainda melhor com toda essa evolução que percebemos no campo tecnológico, com sistemas unificados e facilidade de pesquisas, com mais acesso à formação de profissionais, até mesmo ao mestrado e doutorado, e faculdades com profissionais de gabarito. Isso nos garante que a contabilidade sempre será a "profissão do futuro”.
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