Em sua busca por compartilhar conhecimento com a classe contábil paranaense, a Academia de Ciências Contábeis do Paraná agora tem o boletim ACCPR em Foco. Trata-se de um espaço reservado na área de notícias dos portais da entidade e do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CPRCPR) para divulgar notícias, entrevistas, artigos e eventos dessa entidade que, além de promover o desenvolvimento e a valorização da profissão contábil, fomenta a pesquisa e a atualização dos profissionais da área.
O professor Antônio Gonçalves de Oliveira é acadêmico da Academia de Ciências Contábeis do Paraná (ACCPR), ocupando a cadeira de nº 26.
CRCPR Online: Qual é sua formação, experiência profissional e trajetória acadêmica?
Antônio Gonçalves de Oliveira (AGO): Dediquei-me à contabilidade gerencial, aplicando os conhecimentos adquiridos nos processos de análise e tomada de decisões nos diversos cargos e funções que desempenhei nas áreas administrativas e de Finanças Empresariais. A contabilidade me proporcionou também a possibilidade de atuar como consultor na área de Controladoria e Finanças, especialmente no período em que elas eram compelidas à automatização de rotinas e processos, a partir da implantação e desenvolvimento de sistemas integrados de gestão. Na docência, iniciei como professor de nível médio para técnicos em contabilidade na rede estadual de ensino e migrei para o ensino superior privado, no qual atuei como professor, coordenador de cursos de graduação e ainda consultor e avaliador de instituições de curso superior de Ciências Contábeis e Direito, no âmbito pelo Ministério da Educação. Sou professor efetivo na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, onde, em proximidade com a minha segunda formação, direito, dedico-me à pesquisa e à docência. Ingressei na ACCPR em 2017, como segundo ocupante da cadeira 26 (anteriormente de João Vitorino Azolin Benato). Na época, como um dos mais jovens acadêmicos da casa, fui acolhido com muito carinho e respeito por todos, fato que me deu tranquilidade para me sentir um daqueles que sempre admiramos e respeitamos por suas trajetórias na classe contábil paranaense e nacional. Nesse particular, com todo respeito a todos os membros da casa, realço o nome do professor Vicente Pacheco, que foi meu professor no curso de Ciências Contábeis, destacando-se entre aqueles que nos inspiraram por suas atuações no mundo do trabalho. Tive a oportunidade de atuar como diretor secretário nas duas últimas gestões da Academia, sob a presidência do acadêmico Moacir Carlos Baggio e da acadêmica Nilva Amália Pasetto, respectivamente, aos quais agradeço pela confiança e oportunidade de contribuir com a administração de nossa instituição. Hoje, muito me orgulho por ser um acadêmico e parte deste seleto grupo de profissionais que se dedicam a promover a Ciência Contábil e seus profissionais.
CRCPR Online: Quais são os principais desafios para a profissão?
AGO: A evolução tecnológica trouxe muitas novidades e necessidades de adaptabilidade da Ciência Contábil e dos profissionais da contabilidade ao novo contexto da formação nas escolas superiores do país, bem como do mercado de trabalho. Como, por exemplo, a inteligência artificial e a automação de processos e rotinas. Por isso, o principais desafio da profissão é atualmente o exercício constante de resiliência ao “novo mundo” tecnológico. Afinal, por mais que esse mundo inovativo e tecnológico tenha sua inteligência instrumental, a inteligência substantiva é inerente somente ao home (lato sensu), e, portanto, aos profissionais dos mais diversos matizes, como da contabilidade. Assim, o maior desafio é o profissional da contabilidade empaticamente saber, ou aprender, aliar-se a essas inteligências, instrumental e substantiva, unindo o homem e a tecnologia em prol da ciência e das entidades, cujos patrimônios estudados e controlados pela contabilidade geram riqueza, crescimento e desenvolvimento socioeconômico local, regional e nacional.
CRCPR Online: Quais conselhos daria para alguém ingressando na área contábil?
AGO: Estão ingressando em uma carreira essencial para o desenvolvimento das economias e, consequentemente, do país. Nesse sentido, por mais que tenhamos todo o aparato tecnológico que suporta a automação de processos e rotinas, quem pensa e decide é profissional humano, racional e substantivo da contabilidade. Nesse sentido, acredite, sempre haverá espaço para um bom profissional da contabilidade. Portanto, seja você esse profissional utilizando todo o aparato a seu favor, seja na formação acadêmica ou diretamente no exercício da profissão.
CRCPR Online: Como o senhor vê o futuro da contabilidade?
AGO: O futuro já é o próprio presente. A inovação tecnológica aliada ao conhecimento humano certamente manterá a dinâmica inovativa na contabilidade. Cabe ao profissional e também às escolas formadoras a assimilação e adaptação a tudo isso. Como já mencionamos, a inteligência artificial, a tecnologia blockchain, a virtualização das moedas e dos mercados financeiros e de capitais, levam a contabilidade a outro patamar, no qual somente haverá espaço para profissionais capacitados tecnicamente e resilientes às mudanças sociotécnicas futuras.
Reprodução permitida, desde que citada a fonte.