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Em tarde de partilha de conhecimento e experiências, o Delas para Todos, evento organizado pela Comissão CRCPR Mulher neste 25 de outubro, no Hotel Camboa, em Paranaguá, profissionais da contabilidade do litoral e de todas as partes do estado se reuniram para discutir temas com grande potencial de impacto na profissão: diversidade e inclusão, assédio no ambiente profissional, Contabilidade e participação política e empoderamento.

Como anfitriã, a coordenadora da Comissão CRCPR Mulher, conselheira Rosemere Kiyomi Hayashi abriu os trabalhos destacando o empenho das integrantes do grupo de trabalho na organização, passando a palavra para as lideranças das entidades contábeis presentes, a começar pela presidente do Instituto Paranaense da Mulher Contabilista – IPMCont, Ana Cláudia Serrato Krüger, sucedida em suas boas-vindas pelo presidente da Federação dos Contabilistas do Paraná, Paulino José de Oliveira. A seguir, o presidente do Sindicato dos Contabilistas do Litoral Paranaense – Sincolpar, Elisandro Henrique Leonardi, fez sua calorosa acolhida aos participantes. O presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR), Laudelino Jochem, também saudou os participantes, destacando o desafio proposto à Comissão CRCPR Mulher, de fazer um evento diferente, que não ficasse preso aos tradicionais assuntos de liderança feminina, mas que mostrasse o que as mulheres líderes já estão agregando para a profissão e para a sociedade como um todo.

Diversidade e Inclusão

Como mestre de cerimônias, a coordenadora geral das Comissões Temáticas do CRCPR, conselheira Ariane Yumi, e a integrante da Comissão CRCPR Mulher, profª Elenice Cácia Bittencourt Teixeira, deram início aos trabalhos com a participação remota do coordenador da Comissão de Diversidade e Inclusão do CRCPR, prof. Iago França Lopes. 

O professor iniciou destacando que a criação da comissão trouxe avanços que até há pouco tempo ele nem cogitava, em termos de abertura de espaço para discutir o tema da diversidade na profissão contábil, não só no Paraná, mas em âmbito nacional. Trouxe reflexões históricas importantes e inquietantes aos participantes e encerrou sua participação dizendo como hoje as pessoas LGBTQIA+ se sentem mais confortáveis em seus ambientes profissionais, com a possibilidade de mostrar todo o seu potencial de trabalho à medida que essas questões de inclusão são cada vez mais debatidas.


Assédio no Trabalho

Na sequência, a conselheira Márcia Ogido Hokama introduziu a palestra da contadora Denisa Borçato, sobre o tema Assédio no Trabalho.

 A profª Denisa abordou aspectos técnicos da questão, que impactam o trabalho dos profissionais da contabilidade que atuam no segmento de recursos humanos. 

Apresentou, também, mudanças trazidas com a publicação da Lei nº 14.457/22, como a instituição do Programa Emprega + Mulheres e o estabelecimento da prevenção do assédio moral e sexual no ambiente de trabalho como função adicional da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, agora denominada CIPA+A.





Contabilidade e participação na política

As palestrantes do tema Contabilidade e participação na política foram apresentadas pela integrante da Comissão CRCPR Mulher, Simone Vanni Soares. A Secretária Municipal de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de Guarapuava, Priscila Schran de Lima, falou sobre sua atuação em cargos no Poder Executivo em gestões da Prefeitura Municipal de Guarapuava. Segundo ela, quando surgiu a oportunidade de trabalhar em cargos de cunho político, hesitou, devido à exposição, ao temor de renunciar a conquistas profissionais já alcançadas e à imagem negativa dos políticos, mas que se espelhou no trabalho realizado por sua mãe, a contadora Eva Schran de Lima, conselheira licenciada do CRCPR e integrante da Comissão CFC Mulher, que, entre outros cargos políticos, já foi vice-prefeita de Guarapuava.

Priscila contou que atualmente, vários setores do Executivo municipal já contam com número igual ou superior de mulheres em cargos de liderança e falou sobre diversos programas desenvolvidos na cidade, entre eles a segunda casa de acolhimento para mulheres vítimas de violência do Estado do Paraná, que será inaugurada em Guarapuava em breve. “Um programa pelo qual eu tenho muito carinho é o Dignidade Menstrual. O apoio do CRCPR foi fundamental em nossa luta pela redução do ICMS sobre absorventes higiênicos, tornando o produto mais acessível para mulheres de baixa renda”, comentou.


A conselheira Indiara Barbosa, por sua vez, trouxe a visão da participação política no Poder Legislativo. A vereadora mais votada de Curitiba contou a sua trajetória pessoal e profissional e como tudo isso contribui para a atuação dela na Câmara Municipal da capital. “Já fui catequista, participei de várias atividades de voluntariado e ao longo de minha carreira na iniciativa privada, me enveredei pela área da Auditoria Contábil. Quando decidi entrar para a política, investi em uma preparação sólida, com cursos específicos para quem deseja se candidatar a cargos eletivos”, contou, “A primeira eleição que disputei foi para deputada federal. É um cargo muito disputado e não esperava ganhar, mas me tornar conhecida. Acabei não me elegendo, porém tive uma votação expressiva e isso me ajudou a impulsionar a campanha quando concorri a uma cadeira na Câmara Municipal de Curitiba”, prosseguiu,

Falou ainda sobre como ser contadora contribui para sua atuação como vereadora. “Um dos papéis dos vereadores é fiscalizar as ações das prefeituras. Neste sentido, ser contadora e auditora é uma grande vantagem, pois tenho o olhar treinado para identificar problemas no Orçamento e nas prestações de contas. Além disso, antes de ser eleita, tive a oportunidade de atuar na auditoria contábil de empresas envolvidas nas investigações da Lava-Jato, e essa experiência tem sido muito útil ao longo do mandato.

A respeito dos desafios de ser mulher na política, citou o fato de que só houve uma vereadora que deu à luz durante o mandato em Curitiba, isso há mais de 80 anos, e que quando Indiara estava perto de dar à luz, surgiram questões inéditas como se ela teria direito a licença-maternidade e se o suplente assumiria o mandato dela durante esse período.

“O desafio é grande, mas nosso país precisa de mais pessoas de bem na política querendo fazer a coisa certa”, concluiu.”.





Protagonismo Feminino

Com tanta informação, o fim da tarde chegou rapidamente, mas, sem reduzir a intensidade, a consultora do Sebrae-PR Rosângela Agnonese encerrou a programação com reflexões importantíssimas para todas as pessoas que desejam trilhar uma carreira de sucesso e ter uma vida equilibrada.

Visitando épocas longínquas da história, Rosângela questionou paradigmas, contado descobertas que fez em suas viagens, como o fato de que o Egito teve várias faraós mulheres, sendo que uma delas, Hatshepsut, chegava a usar barba postiça e usar roupas masculinas para impor respeito. Fazendo um paralelo com os dias atuais, ela comentou que até hoje as mulheres em ambientes profissionais vestem terninhos para passar credibilidade.

Questionou ainda estereótipos comportamentais a que as mulheres estão sujeitas, como o de serem cuidadoras, protetoras e multitarefas, as cruéis e inatingíveis expectativas que a sociedade lhes impõe, de que sejam perfeitas, rápidas, esforçadas, fortes e que se preocupem em agradar a todos, usando conhecimentos da neurociência para mostrar como isso tudo são parâmetros inalcançáveis e os efeitos devastadores para a saúde física e mental.

O evento terminou com atividades de reconhecimento ao trabalho das integrantes da Comissão CRCPR Mulher, por parte da coordenadora do grupo de trabalho e do presidente Laudelino Jochem.





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