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Eleito com apoio da classe contábil, vice-prefeito de Londrina faz balanço dos cinco meses de gestão.

Nesta entrevista à Folha do CRCPR, José Joaquim Martins Ribeiro, vice-prefeito de Londrina, eleito com o apoio da classe contábil local, faz um balanço dos seus cinco meses na prefeitura. A eleição, extraordinariamente em terceiro turno, foi em março deste ano e a posse em maio. Contador, empresário da contabilidade, ex-presidente do Sindicato dos Contabilistas de Londrina, ex-presidente do CRCPR, ex-diretor da Confederação Nacional dos Profissionais Liberais, presidente licenciado do Sescap-Londrina, Ribeiro tem uma história de dedicação à classe contábil. Sua presença na prefeitura londrinense inspira a confiança de que a gestão contará sempre com um ?olhar contábil?.

Folha do CRCPR- Como vem sendo, até o momento, a sua experiência como vice-prefeito de Londrina?

Ribeiro ? É a maior experiência da minha vida. Jamais imaginei um dia ser um vice em qualquer cidade e mais em Londrina. É uma experiência que dá um novo rumo pra minha vida. Você começa a analisar um pouco diferente o que faz, em função de ter vindo da iniciativa privada. Aqui na prefeitura, o propósito é enriquecer esse conhecimento que adquirimos no dia-a-dia, numa visão muito rápida e até futurista. Eu diria que esses cinco meses pra mim já estão representando vários anos. Não dá nem pra especificar quantos, mas é muito rico em aprendizado.

Folha - Vices geralmente são figuras decorativas. No seu caso, parece que não.

Ribeiro - Quando o Barbosa me convidou para ser o seu vice, lá atrás, antes de todo o processo eleitoral, fiz a seguinte pergunta para ele: O que eu faria na prefeitura como vice? Ele disse que eu seria uma espécie de gerente. Após a eleição, com todos os fatos consumados, pedi a chefia de gabinete, por quê? Porque eu queria aprender como funcionava a prefeitura e como vice somente eu não teria acesso a outras secretarias. Na função que ele me pediu de gerente e de ajudar na administração, achei que passaria pelo gabinete do prefeito boa parte dos processos e dos projetos que vêm para ele assinar e facilitaria o meu conhecimento. Não me arrependo, tenho trabalhado bastante. Acho que isso foi até importante pra mim. O trabalho que realizamos durante o dia todo é realmente de integração entre secretarias.

Folha ? Como funciona isso?

Ribeiro - Esse é o forte do que venho fazendo, respeitando o secretário, não passando por cima dele, mas levando as reivindicações para que ele também faça parte do processo; sendo um coadjuvante e estimulando o secretário, no sentido de ele pensar e repensar todos os processos de cada secretaria. Quando chegamos aqui, os procedimentos eram, vamos dizer, de cada secretaria, e hoje podemos afirmar com absoluta certeza que cada secretário está revendo os seus procedimentos, com visão integrada na sua forma de atuar, todos estão imbuídos do mesmo espírito, dando o seu melhor para que a prefeitura realmente ganhe um novo corpo administrativo, com mais eficiência e rapidez nos processos.

Folha - Nesse período, o senhor já assumiu a prefeitura duas vezes, como foi essa experiência particular de prefeito?

Ribeiro - Foi natural porque eu já acompanho tudo dentro da prefeitura. O Barbosa está aqui, mas somos o contato direto. Quando tem qualquer novidade ele me convida, estamos opinando. Então, quando ele saiu, não inventamos nada. Fazer o dia-a-dia da prefeitura é uma experiência natural. Quando as pessoas chegam e falam que eu ?estou como prefeito? começo até a rir porque é o sonho de qualquer cidadão e pra mim isso é muito importante. É claro que envaidece, mas nós temos o pé no chão; estou fazendo o papel de vice e, como o Barbosa disse, de um gerente mesmo.

Folha - A classe contábil que o apoiou na eleição já obteve alguma conquista por sua iniciativa?

Ribeiro - Aqui na prefeitura não pensamos numa só categoria, mesmo no caso em que eu sou oriundo da classe contábil. Pensamos no coletivo. Então a primeira coisa que fizemos quando chegamos foi nos aproximarmos do secretário da Fazenda, porque toda legislação tributária, via de regra, sai da Secretaria da Fazenda. Nesses seis meses, boa parte da legislação tributária já está aprovada e a que não foi aprovada está na Câmara. É todo um processo que vem da área contábil. Só para dar um exemplo: a nossa legislação do ITBI foi regulamentada em 1975, há mais de 30 anos. Está vigindo mas já a alteramos; o projeto está na câmara para ser aprovado. Alteramos também a forma de emissão do alvará, a consulta prévia, toda essas mudanças de procedimentos internos tiveram nossa participação. Claro que não só minha, mas dos secretários da Fazenda, de Gestão; todo o secretariado participa. Mas o ponta-pé inicial tivemos a ousadia de propor.

Folha ? Está nesse contexto a aprovação do Estatuto da Micro e Pequena Empresa?

Ribeiro ? De fato. Era um sonho, principalmente da área contábil que advoga em relação a todos os seus clientes e a todos os pequenos comerciantes de Londrina. Infelizmente o município não tinha dado a devida importância ao tema. Mas assim que chegamos aqui, foi uma das primeiras ações junto ao secretário de Fazenda. Na elaboração do projeto naturalmente participou a Secretaria da Fazenda, a Procuradoria, a Controladoria, e, enfim, graças a Deus, está aprovado o projeto. Eu acredito até que de inicio não sabíamos o quanto poderíamos avançar. Avançamos muito mais do que o pretendido no começo, por exemplo, conseguimos isentar até as microempresas em três meses de recolhimento do ISS e as taxas de abertura. Até não foi muito avaliado pela imprensa e pelos próprios contadores da cidade que não deram a devida importância a isso, mas era uma reivindicação antiga nossa há mais de 20 anos. Naturalmente, sem alarde, sem gritaria, conseguimos aprovar e hoje a cidade tem esse privilégio, incentivos aos seus novos empresários, principalmente ao micro e pequeno empresário.

Folha - O senhor também tem trabalhado na promoção do desenvolvimento, geração de empregos para Londrina. Já há resultados palpáveis desse seu compromisso de atrair novas empresas para o município?

Folha - Modéstia à parte, tenho levado muita sorte. Acho que sorte e trabalho andam juntos, mas várias iniciativas em andamento, em discussão, acertando com empresas que estão para vir a Londrina, têm a minha participação. Claro que encaminho ao prefeito e ele tem levado avante. O Barbosa é um prefeito dinâmico. Ele quer realmente o emprego e eu tenho convidado empresários para vir à prefeitura. Fazemos esse primeiro contato, depois encaminhamos para a secretaria o que ele precisa, seja uma planta, a aprovação de um projeto o mais rápido possível. Isso tem facilitado muito. Nós temos recebido até elogios dos empresários nesse atendimento. A recomendação do prefeito é que ao invés de estendermos a mão ao empresário, nós o abracemos, no sentido de que ele se sinta bem e faça os investimentos em Londrina e tenhamos o emprego desejado por toda a população.