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Delegado do CRCPR assume a prefeitura de Bandeirantes







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Aos 73 anos, o técnico em contabilidade Lino Martins, delegado do CRCPR em Bandeirantes, no dia 1º de janeiro de 2017, tomou posse como prefeito do município, que faz parte da região de Cornélio Procópio, no Norte Pioneiro. Com cerca de 32 mil habitantes, Bandeirantes baseia sua economia na agricultura e no turismo religioso. Inaugurado em 2012, localiza-se em Bandeirantes o terceiro maior santuário de São Miguel Arcanjo no mundo, com a maior estátua do planeta dedicada ao anjo São Miguel, que recebe regularmente a visita de milhares de fiéis.

Em seu primeiro pronunciamento como prefeito, Lino enfatizou a importância da vontade popular, tendo o voto como o alicerce da democracia: “Se chego aqui, cheio de alegria pela vitória alcançada, chego também pleno de gratidão e humildade. Gratidão pela confiança merecida, humildade porque político é apenas um modesto servidor das pessoas do seu tempo e lugar”. Assumindo a Prefeitura de Bandeirantes num momento de grandes dificuldades e contradições dentro do cenário nacional, ele concedeu esta entrevista exclusiva ao site do CRCPR:


O senhor já disputou alguma eleição anteriormente? Para que cargos? Já ocupou algum cargo por nomeação na prefeitura de Bandeirantes?

Sim, já disputei eleições para prefeito, vice e vereador, tendo sido eleito vereador uma vez e, agora, prefeito pela segunda vez. Também já ocupei o cargo de diretor do Sine de Bandeirantes.

Há quanto tempo atua como delegado do CRCPR? Quais os maiores desafios enfrentados no comando da delegacia de Bandeirantes?

Estou atuando como delegado da 47º delegacia do CRCPR de Bandeirantes e região há mais de 20 anos. O maior desafio como delegado do CRCPR foi conseguir unir os contabilistas da região, sempre pautado na responsabilidade, dignidade e ética profissional, sempre seguindo a célebre frase: "a palavra convence, o exemplo arrasta!". Essa união possibilitou a reivindicação e obtenção de mais cursos de atualização contábil para nossa região.







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O que o levou a disputar estas eleições e a entrar para a política?

Entrei na política por entender que poderia contribuir positivamente com minha cidade. Estou na política há 34 anos, ou seja, desde 1982. E foi durante os meus mandatos que consegui realizações que melhoraram a qualidade de vida dos moradores da minha cidade. Candidatei-me novamente para disputar estas eleições por entender que ainda posso contribuir com minha cidade e com meu país. Tenho plenas condições de realizar uma boa administração á frente da Prefeitura de Bandeirantes, ainda mais pela experiência profissional e política adquirida em todos esses anos, sendo prioridade em minha gestão a saúde, educação e geração de empregos.

A coligação que o elegeu é a mesma que do atual prefeito? Seu secretariado já está completo?

Sim. Iniciamos a transição no dia 1º de novembro de 2016. Quanto aos secretários e assessores, ainda estamos em processo de escolha.

Após as eleições, o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) referente a 2015, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revelou que os municípios brasileiros enfrentam a pior situação fiscal dos últimos dez anos. De acordo com o estudo, 87,4% das prefeituras brasileiras apresentam situação fiscal entre difícil e crítica, com base nos dados de 2015. Entre os 399 municípios paranaenses, Bandeirantes ficou com a posição 213 no ranking estadual, com 0,5076 pontos – situação “difícil” segundo a classificação. Os piores desempenhos foram nos indicadores Receita Própria (0,3577) e Investimentos (0,3232), e as melhores pontuações foram em Gastos com Pessoal (0,6711) e Custo da Dívida (0,7430) – índices considerados bons. Que medidas de ajuste pretende adotar para equilibrar as contas? O que planeja fazer para atrair investimentos, aumentar a arrecadação de impostos e melhorar a liquidez (0,5737)?

Os próprios índices estão indicando aumento de receitas próprias do munícipio, a exemplo do ISS. Devemos corrigir no ano 2017 o IPTU - pelo menos repassar o índice da inflação do ano anterior -, continuar com o controle rígido de receitas e despesas e procurar não efetuar gastos em obras desnecessárias e de alto custo de manutenção. Para atrair investimentos temos uma área de 242 mil metros quadrados, onde pretendemos construir um parque industrial. Temos um projeto de colocar infraestrutura nessa área e com isso atrair novos investidores. Há também um projeto de construção de um barracão industrial para funcionar como incubadora, numa extensão de três mil metros quadrados, com boxes individuais.

Além de equilibrar as contas do município, quais serão os maiores desafios desta gestão? O que seus eleitores a população do município, em geral, podem esperar para os próximos quatro anos?

Vamos fazer uma administração voltada para o povo, com transparência e respeito na aplicação dos recursos públicos, para gerar qualidade de vida e desenvolvimento do município. Para isso teremos que investir nas áreas de saúde, educação, geração de empregos, esporte e lazer, além de investir na qualificação dos funcionários públicos municipais, para dar um melhor atendimento à comunidade, justificando os impostos que são cobrados do cidadão, desde a compra de um doce, de uma caixa de fosforo, enfim...

Sua base aliada é maioria ou minoria na Câmara Municipal?

A Câmara Municipal de Bandeirantes é composta de 13 vereadores, tendo a coligação de qual faço parte elegido oito vereadores.

Que pleitos o senhor pretende levar para a 6ª Conferência Nacional das Cidades, que acontece em Brasília de 5 a 9 de junho de 2017? Vai manter o que foi definido no encontro prévio realizado no município em junho deste ano, antes do período eleitoral, ou pretende mudar ou acrescentar alguma coisa?

O tema da 6º Conferência nacional das Cidades, "Função Social da Cidade e da Propriedade" tem muito a ver com Bandeirantes, pois somos uma cidade essencialmente agrícola, e que nos últimos anos sentiu profundamente as consequências do êxodo rural, pois, como a maioria dos munícipios pequenos, não tínhamos um planejamento adequado para enfrentar essa grande concentração populacional urbana. Isso acabou impactando diretamente na qualidade de vida. E nessa conferência teremos oportunidades de debater esses problemas em nível nacional, e procurar a solução. Na nossa gestão já temos alguns projetos para fixar o agricultor e seus filhos na área rural, instalando luz, água tratada, internet, tudo a baixo custo. Fora isso precisamos efetuar diversificação de culturas e agregar valor aos produtos, auxiliar o produtor na comercialização de seus produtos agrícolas e proporcionar assistência técnica para a produção. Acreditamos que com isso amenizaremos parte dos problemas, já que estaremos reduzindo essa concentração populacional urbana. Mas precisaremos de um investimento conjunto em todos os níveis de governos, com o objetivo de proporcionar melhorias de vida ao agricultor na própria área rural.

Como pretende conciliar as atribuições de prefeito com as de delegado do CRCPR? Em sua opinião, e experiência como contador e delegado ajuda a ser um bom prefeito?

Já há muitos anos concilio meu trabalho com outras atribuições. Já fui prefeito, vereador, presidente do SOS, provedor da Santa Casa de Bandeirantes, participei de diversas diretorias de entidades e clubes da cidade e, como disse no inicio da entrevista, exerço o cargo de delegado do CRCPR há mais de 20 anos, e sempre consegui cumprir com minhas atribuições a contento. Não vejo maiores dificuldades dessa vez. E quanto à experiência como contador e delegado, se ajuda a ser um bom prefeito? Não tenho duvida alguma! São experiências e vivências que impactam positivamente em qualquer administração pública ou particular, e comigo não será diferente. Estas experiências me ajudarão muito na administração do município de Bandeirantes.

Considerações finais:

Primeiramente gostaria de agradecer ao CRCPR por esta oportunidade, e dizer que muito me orgulha fazer parte desta classe profissional de extrema importância para o nosso país. Ser contador é uma fonte diária de conhecimento e aprendizado, que pode e deve ser aplicada em beneficio da sociedade. Estou plenamente feliz e motivado nesta nova missão de administrar Bandeirantes, fazer uma administração de forma competente e séria. Não entrei na politica para acumular riquezas, fazer carreira politica ou apenas por status. Entrei na politica por entender que posso contribuir positivamente com minha comunidade, tendo o dever e obrigação de retribuir a confiança depositada em minha pessoa.