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Na manhã da útima sexta-feira, 24, o presidente do CRCPR, Laudelino Jochem, reuniu-se por videoconferência com Heraldo Alves das Neves, diretor-presidenteda Agência Fomento Paraná, banco pertencente ao Governo do Estado, cuja missão é promover o desenvolvimento sustentável fornecendo financiamento às empresas paranaenses. O objetivo da conversa foi esclarecer a forma de atuação do banco no fornecimento de linhas de crédito para mitigar os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre as empresas, e como a classe contábil pode contribuir para facilitar o acesso de seus clientes aos recursos disponíveis. Participaram também, pelo CRCPR, os vice-presidentes de Administração e Finanças, Roberto Marques de Figueiredo, e de Desenvolvimento Profissional, Aguinaldo Mocelin, também representando o Sescap Campos Gerais, o diretor superintendente, Gerson Borges de Macedo, o conselheiro José Carlos Lada, o coordenador da Comissão do Terceiro Setor, Narciso Dóro Junior, e a jornalista Adriana Magalhães, além do representantes da Fomento PR Renato Maçaneiro, diretor de Mercado e o contador Juarez Miguel Rossetim, chefe de Auditoria Interna.

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Segundo Neves, a Fomento Paraná contabiliza até o momento pouco mais de dois mil contratos emitidos com micro e pequenas empresas para concessão de crédito pelo programa Paraná Recupera, lançado no final de março pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, para preservar salários e empregos nas micro e pequenas empresas paranaenses. "Estamos recebendo uma demanda bem acima do normal, com mais de 22 mil solicitações em análise. Nosso prazo habitual de liberação é de 3 a 4 dias para o mircrocrédito  e cerca de 15 dias para pedidos entre 20 mil e 200 mil reais, mas com essa expliosão de pedidos, está difícil dar uma estimativa, pois nosso quadro de funcionários continua o mesmo e eles também estão trabalhando em sistema de home office", comentou. "Neste sentido, é muito importante contarmos com o apoio dos profissionais da contabilidade para esclarecer seus clientes sobre os requisitos para cada tipo de solicitação antes mesmo de preencher qualquer tipo de formulário de solicitação. Como um banco público, os recursos que disponibilizamos pertencem ao contribuinte e não podemos liberar crédito sem uma criteriosa avaliação da capacidade de pagamento do tomador", esclareceu. 

Outro ponto ressaltado pelo diretor-presidente da instituição financeira diz respeito ao critério de faturamento da empresa tomadora utilizado para determinar o volume de crédito que pode ser liberado. "Pedimos que os contabilistas esclareçam a seus clientes que analisamos a capacidade de pagamento a partir do faturamento fiscal, para determinar o valor a ser contratado. Este é um ponto importantíssimo, pois o valor que podemos emprestar muitas vezes acaba sendo menor do que o cliente espera", informou. "Além disso, se o contador percebe que seu cliente espera ou necessita obter crédito imediato, deve aconselhá-lo a buscar alternativas junto a seu banco de relacionamento, onde ele já possui um perfil de crédito pré-analisado, que permite a liberação imediata do recurso, embora com um custo mais elevado". 

"Estamos trabalhando na implantação de ferramentas que permitam dar mais celeridade aos processos de análise, pois temos ciência da urgência dos empresários em obter recursos para manter suas empresas em funcionamento", assegurou. "Porém é preciso salientar que o crédito fornecido no âmbito do programa Paraná Recupera não se trata de um voucher, mas de uma operação de crédito. A diferença em relação às operações realizadas em situação normal é que estamos praticando taxas de juros bastante reduzidas, flexibilizando as garantias exigidas, e proporcionando carência de 12 meses e prazos alongados de amortização, que variam de 36 a 48 meses".

A Fomento Paraná informou que a maior parte dos pedidos atendidos é da nova linha de até R$ 6.000,00, para empreendedores informais, microempreendedores individuais (MEI) e microempresas. Os recursos são liberados em três parcelas e têm como objetivo proporcionar renda e pagamento de salários durante três meses. O período foi inicialmente projetado para atender ao distanciamento social, que levou ao fechamento temporário de empreendimentos e suspensão da prestação de serviços não essenciais. "Nesses casos estamos analisando apenas se o tomador não tem restrições de crédito anteriores a fevereiro e estipulando a taxa de juros com base na nota sua nota de crédito", disse Neves.

ANÁLISE CRITERIOSA — De acordo com o diretor, os prazos para liberação do crédito são pertinentes à atuação de uma instituição financeira pública, que respeita normas, leis e critérios pormenorizados de cada negócio, no processo de liberação dos recursos.

Renato Maçaneiro, diretor de Mercado, informa que a procura pelo crédito foi muito grande em todo o mês de abril, mas muitas propostas que tiveram a análise iniciada não atendem aos requisitos básicos que a instituição é obrigada a consultar.

Neves destacou que para solicitações de crédito entre 20 mil e 200 mil reais não estão sendo solicitadas garantias reais, pois o processo para obtenção pelos empresários é um pouco demorado - cerca de 40 dias. "Até R$ 20 mil, é necessário apenas o aval dos sócios. Acima desse valor, até R$ 200 mil, estamos trabalhando com garantias de Sociedades Garantidoras de Crédito, como a SGC Sul, na sede da FACIAP e do Fundo Garantidor do BNDES. Além disso, da mesma forma como no caso do microcrédito, estamos considerando no processo de análise do perfil do tomador apenas a existência de restrições anteriores a fevereiro, que consideramos como um marco do início da pandemia, a fim de evitar os devedores contumazes, com problemas históricos nos cadastros de instituições como a Serasa e o Banco Central.

PARCERIAS — A Fomento Paraná trabalha com entidades parceiras em todo o estado para viabilizar o fornecimento de crédito aos empreendendores. Em geral, os parceiros são associações comerciais, sociedades garantidoras, sindicatos patronais, mas o edital de credenciamento de parceiros é aberto a uma ampla gama de entidades e empresas, inclusive escritórios de contabilidade cuja CNAE -  Classificação Nacional de Atividades Econômicas - permita esse tipo de atividade. "A entidade ou empresa credenciada como parceira precisa nomear um funcionário que ficará responsável pelas operações e receberá a devida qualificação", disse Neves. Com a nossa nova plataforma em funcionamento, poderemos distribuir os processos de análise para que os parceiros nos ajudem a processar, dando maior celeridade ao nosso processo de concessão de crédito", prosseguiu.  

MAIS RECURSOS — Paralelamente ao esforço de desenvolvimento de sistemas e a mobilização de parceiros pelo interior do estado, na rede de agentes de crédito e correspondentes credenciados, para acelerar o processamento das propostas, a Fomento Paraná vem atuando junto com o Governo do Estado na busca por recursos adicionais para atender à superdemanda por crédito que a instituição recebeu ao longo do mês.

Parte das tratativas em andamento são com o BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, que anunciou um repasse de até R$ 50 milhões em recursos para financiamentos de microcrédito no programa Paraná Recupera.

E o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, maior provedor de fundos para operações da Fomento Paraná com micro e pequenas empresas, informou que o limite de crédito semestral da instituição já está sendo ampliado.

"Agradecemos ao CRCPR pela abertura de seus canais de comunicação para falarmos diretamente com os profissionais da contabilidade, que neste momento certamente têm um papel crucial na orientação de seus clientes para mitigar os efeitos da pandemia, inclusive sobre formas de obter recursos para capital de giro e para saldar seus compromissos", finalizou o diretor-presidente da Fomento Paraná.

Com informações da AEN

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