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Comemorações marcam o Dia Internacional da Mulher em todo o Paraná

A despeito de todo o esforço da indústria e do comércio em transformar o Dia Internacional da Mulher em uma data comercial, a sociedade precisa de se esforçar para manter vivo o espírito da data. A palavra comemorar, no caso, deve ser tomada não no sentido que lhe é atribuído comumente, de festejar, mas em seu sentido original – trazer à lembrança, recordar, memorar. Lembrar que a data – criada no contexto das lutas femininas por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto –, é associada a uma manifestação das operárias do setor têxtil contra as más condições de trabalho, ocorrida no início do século XX em Nova Iorque, que terminou com a morte de cerca de 130, que teriam sido trancadas em seu local de trabalho, e o prédio, incendiado.




A presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR), Lucelia Lecheta, participou na sexta-feira (6) de dois eventos no interior do estado, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Na parte da manhã, prestigiou 1º Café Mulher Empresária, promovido pelo SESCAP de Londrina. Além de prestar homenagem às mulheres contabilistas e prestadoras de serviços de Londrina e região, o evento promoveu o lançamento em Londrina do X Encontro Nacional da Mulher Contabilista, que acontecerá de 12 a 14 de agosto em Foz do Iguaçu, reunindo profissionais de todo o Brasil.

À noite, Lucelia compareceu à 1a. Festa Retrô, evento de cunho beneficente organizado pela Comissão


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Maringaense das Mulheres Contabilistas e a Subcomissão Estadual da Mulher Contabilista de Maringá, com o apoio do SESCAP/Maringá e do Sincontábil local. Toda a renda foi revertida para as futuras instalações da Casa de Apoio Social Irmão Pedro Fridhofem (instituição para abrigo de pessoas em estado de vulnerabilidade, residentes em outras localidades, em tratamento médico na cidade de Maringá). A ação é vinculada ao Programa Voluntariado da Classe Contábil (PVCC), coordenado pelo contabilista Maurício Gilberto Cândido. O jantar foi preparado pelos Voluntários da Casa de Apoio Social Irmão Pedro Fridhofen, presidida pelo Irmão Martinho, da Congregação dos Irmãos da




Misericórdia de Maria Auxiliadora. O X Encontro Nacional da Mulher Contabilista também esteve na pauta da presidente durante o evento. “Nossas conselheiras também representaram o CRCPR em eventos realizados em Umuarama, Ponta Grossa, União da Vitória, Cascavel e diversas outras localidades. Desde que estou no CRCPR, nunca presenciei uma movimentação tão grande em torno do Dia Internacional da Mulher. Penso que isto tem a ver com a intensa divulgação que temos feito do X Encontro Nacional da Mulher Contabilista e com o empenho da Comissão da Mulher Contabilista do CRCPR, especialmente da Nilva [Amália Passeto, coordenadora da comissão], para que nossas subcoordenadoras mobilizem as contadoras em suas cidades”, disse Lucelia.




No sábado (7), o Sincofoz e o SESCAP-PR promoveram em Foz do Iguaçu um café da manhã de confraternização. A vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCPR, Elizângela de Paula Kuhn, representou o Conselho no evento e falou às participantes sobre a importância de participarem do X Encontro Nacional da Mulher Contabilista, já que representam a cidade sede do evento.


Cenário das comemorações

Lá se vão mais de 100 anos e, apesar de muitas conquistas e de hoje quase 40% dos lares brasileiros serem chefiados por mulheres, segundo o IBGE (2010), três em cada 10 brasileiras ainda não têm rendimento próprio. E para as que têm renda, a disparidade com relação aos homens persiste. Mesmo mais instruídas, em todas as faixas etárias e níveis de instrução, elas seguem ganhando menos. Em 2010, elas ainda ganhavam o equivalente a 68% do rendimento deles.


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Sem mencionar a questão da violência contra a mulher. Dados do Mapa da Violência 2012, elaborado pelo Instituto Sangari e pelo Ministério da Justiça, indicam que 43,5 mil mulheres foram assassinadas entre 2000 e 2010 — uma média de aproximadamente 12 por dia. Estatística que produz uma triste coincidência numérica: a sétima economia do mundo é também o sétimo país onde mais se matam mulheres. Segundo estudo do Ipea, o Brasil registra todo ano cerca de 527 mil tentativas e casos de estupros, sendo que 88,5% das vítimas são mulheres e mais da metade tem menos de 13 anos. Assim, em uma das poucas canetadas da presidente Dilma a produzir algo de positivo para o país em 2015, foi sancionada no início do mês a e Lei do Feminicídio, o assassinato de mulher por razões de gênero (quando envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação à condição de mulher). Com a tipificação, este crime passa a ser considerado homicídio qualificado, com punição inafiançável e imprescritível. A pena, que é de 6 a 20 anos para homicídio simples, passa a ser de 12 a 30 anos de reclusão. A lei prevê também o aumento da pena em um terço se o crime acontecer durante a gravidez ou nos três meses posteriores ao parto, se for contra idosas, adolescentes ou pessoa com deficiência ou se o crime tiver sido cometido diante de filhos, netos, pais ou avós da vítima.

Neste cenário, o papel das comemorações do Dia Internacional da Mulher segue sendo o de – sem deixar de lado a feminilidade, a candura e a delicadeza inerentes ao gênero – comemorar conquistas, mas, acima de tudo, pontuar a luta por igualdade de oportunidades e reconhecimento.