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Artigo da contadora Juh Círico, integrante da Comissão de Diversidade e Inclusão Profissional do CRCPR

Janeiro é o mês da Visibilidade Trans e Travesti desde 2004 segundo Noah Scheffel, CEO da educaTRANSforma, quando integrantes da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e de diversos movimentos sociais do Brasil foram ao Congresso Nacional reivindicar por direitos relacionados ao acesso à saúde, respeito aos seus nomes, direito ao trabalho decente, direito à vida, entre outras. 

Desde aquele dia 29 de janeiro que anualmente essa data tem o significado da resistência, visibilidade e luta pelos direitos de pessoas trans e travestis dentro da sociedade brasileira. 

São pautas que devem ser lembradas no ano todo, considerando que segundo a ANTRA, há 13 anos o Brasil está no topo da lista como o país que mais mata pessoas trans e travestis em todo mundo. 

A expectativa de vida de mulheres trans e travestis é de 35 anos, enquanto a da população em geral segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de aproximadamente 75 anos.  

Ademais, 90% das mulheres trans e travestis no Brasil utilizam da prostituição como fonte primária de renda, pois grande parte das organizações brasileiras não as contratam por preconceito, ainda presente na cultura das empresas.  

Diante do exposto, questiona-se: qual o papel da área contábil nesse cenário? 

Em 2021 desenvolvi um estudo científico com o mapeamento de relatos de pessoas trans e travestis que passaram pela contabilidade. Os percursos eram repletos de percalços, com preconceitos sofridos dentro de organizações contábeis. 

Nesse sentido, observa-se que a mudança deve iniciar a partir de cada indivíduo para que mudanças coletivas aconteçam. Falar sobre diversidade é falar sobre pessoas e promover ações que possam transformar a vida de alguém.

Para isso, sugiro que nas organizações contábeis possam ser promovidas rodas de conversas com pessoas trans e travestis para que possam compartilhar suas experiências profissionais. 

Além disso, aos contadores e contadoras, contratem serviços de pessoas trans e travestis para apoiarem ações internas de conscientização. Consumam e comprem de empreendedores trans e empreendedoras trans e travestis. Conheçam a primeira rede de empreendedorismo trans e travesti do Brasil, o Empodera Trans. 

Contratem profissionais trans e travestis para os eventos da sua organização e no ambiente acadêmico, para as semanas de Ciências Contábeis, tanto na graduação, quanto na pós-graduação.  

Cadastre o seu escritório de contabilidade na Transempregos e torne o seu escritório contábil, transinclusivo. Há diversos materiais gratuitos com orientação voltada ao respeito, inclusão e acolhimento de pessoas trans e travestis.

Finalizo este artigo destacando: oportunidades (trans)formam vidas. 

Grande abraço!

Artigo da contadora Juh Círico - Integrante da Comissão de Diversidade e Inclusão do CRCPR



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