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17ª Convenção: Painel sobre cruzamento de informações mostra a mão do Estado cada vez mais presente na vida do contribuinte

Na tarde do dia 18 de maio, os trabalhos da 17ª Convenção dos Profissionais da Contabilidade do Estado do Paraná recomeçaram com grande quorum, com o painel Cruzamento de informações fisco-contábeis - O Brasil mudou. E você, mudou?










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Com mediação da vice-presidente de desenvolvimento profissional do CRCPR, Elizangela de Paula Kuhn, o primeiro a se apresentar foi o auditor fiscal da Receita Estadual, coordenador do Comitê Executivo do Conselho Gestor de Soluções Analíticas da CRE, Glauco Oscar Ferraro Pires. Ele mostrou em tempo real os sistemas utilizados pela Secretaria da Fazenda do estado do Paraná (SEFA-PR)para controle e fiscalização do ICMS.






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Segundo ele, os principais desafios da SEFA-PR frente às novas tecnologias, entre eles, o fato de os sistemas ainda estarem em fase de implantação, a renovação de quadros, com muitos servidores se aposentando, a resistência cultural, com muitos auditores insistindo em trabalhar segundo os modelos antigos de obtenção e cruzamento de dados, em vez de utilizar ferramentas já disponíveis como o beta-mining e algorítimos avançados. "A tecnologia está ajudando muito a modernizar os nossos processos. Embora ainda haja resistências, a próprias ferramentas vão obrigando as mudanças a acontecer", disse. Para ilustrar o nível de detalhe que o sistema pode chegar, simulou uma consulta ao seu próprio CPF, mostrando que é possível ao fisco saber até o sabor e o preço da pizza que ele comprou no último sábado.







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Já o auditor fiscal da Receita Federal do Brasil aposentado, professor da UEPG, ex-supervisor do Imposto de Renda da DRF Curitiba, Luiz Omar Setúbal Gabardo, por não mais estar vinculado à Receita, fez uma apresentação mais conceitual, traçando um histórico da evolução dos sistemas da RFB e abordando também os princípios avançados das novas tecnologias, que permitem aos auditores obter um universo sem fim de informações dentro do Big Data, a grande massada de dados coletados pelos diversos sistemas de informação sob a guarda do centro de processamento de dados da instituição. "O grande segredo é saber o que e como perguntar", revelou.

Referindo-se aos vergonhosos e epidêmicos casos de corrupção que vêm sendo trazidos à luz nos últimos três anos pela Operação Lava-Jato e desdobramentos, cometou: "As pessoas perguntam: com acesso a tanta informação, por quê a Receita não antecipou a Lava Jato? Por quê o sistema não pega o meu vizinho que sonega? Por quê não pega todo mundo?" Usando a metáfora de um cubo mágico para abordar as várias faces do problema, traçou um panorama do combate a crimes de lavagem de dinheiro desde a década de 1970, demosntrando que a legislação não evolui no mesmo compasso que a tecnologia, muito menos a mentalidade das pessoas, que aos poucos vêm se conscientizando de que certos comportamentos, antes ignorados ou considerados normais, foram deixando de ser aceitos e hoje a cobrança por comportamento ético por parte das instituições públicas e privadas é muito maior, graças à crescente percepção do mal que a corrupção, antes considerada a "graxa" do sistema, causa à sociedade. "A classe contábil é protagonisa nessa história", disse, referindo-se a essa evolução.