17ª Convenção: Clóvis de Barros Filho faz palestra inspiradora
Ele falou sobre "Inovação: conceito, atitude e identidade"
Advogado, jornalista, escritor e professor universitário, Clóvis de Barros Filho brindou os participantes da 17ª Convenção dos Profissionais da Contabilidade do Paraná com explanações sobre conceitos complexos, falando de uma forma simples, clara e brilhante.
Para ele, inovar é mudar, avançar, evoluir. No final das contas todos nós procuramos viver da melhor forma possível e, para viver da melhor forma possível, é preciso fazer diferente do que se fez até então. E por quê? Porque o mundo exige, o mundo se transforma muito rápido e se você mantiver o mesmo procedimento, você não vai dar conta do que o mundo espera de você e aí isso gerará desarmonia e tristeza.
Se tivermos que mudar o nosso comportamento, isso não pode ser de qualquer jeito, mas tem de ser para melhor, porque mudar por mudar é uma estupidez. É preciso que se mude para melhor, e para saber o que é melhor é preciso ter na cabeça onde queremos chegar, pois é isso que no final serve como referência para saber se estamos melhorando ou piorando. Muitas das mudanças que o homem empreende no mundo são para pior. Mudar para melhor implica uma questão de valor, porque melhor é o que vale mais, então precisa saber quais valores queremos respeitar para que a mudança seja uma mudança positiva.
Todas as vezes que o mundo exige soluções inéditas para problemas inéditos, muitas vezes a gente acerta, triunfa e é aplaudido e, às vezes, por isso a gente acha que é um vencedor, aí no fim de semana aparece um problema que você não sabe resolver e aí você passa de vencedor a derrotado.
Cada um de nós tem um discurso sobre si mesmo, uma definição de si, e essa definição é a que nós oferecemos para os outros, para que saibam quem somos e é também uma definição na qual nós acreditamos. Então, quando você conhece alguém que nunca tinha visto, é normal que essa pessoa espere de você informações para ela saber quem você é. Essa definição de si cobra de você uma certa permanência, um certo respeito a si mesmo e isso, claro, muitas vezes, é limitante da inovação, porque se você fizer cada dia completamente diferente do que você fez no dia anterior, fica muito difícil propor ao mundo uma identidade.
É preciso lembrar que a palavra identidade vem mesmo de idêntico, igual ao que era antes e, portanto, eis aí uma limitação, por isso que a inovação tem óbvios limites. Outro limite é a questão da fidelidade. Você propõe uma coisa hoje e a pessoa que convive com você passa a acreditar naquilo que você mesmo propôs e isso exige que, no futuro, você seja coerente com o que você propôs, respeitador do passado. Portanto, isso é limitante da inovação até em uma questão ética.
Falando especificamente para os contadores, disse que se os profissionais tivessem real consciência do quanto as pessoas precisam deles, jamais chamariam de "happy hour" o momento que que a semana de trabalho acaba.
Sobre o atual contexto de violência, nacionalismo e fragmentação, disse que falta cada vez mais a percepção de que cada um tem que abrir mão de um pouco do seu prazer em benefício do outro. "Somente assim é possível a vida em sociedade. Do contrário, somos apenas um bando. O que precisamos é ouvir o outro na humildade da tolerência e na tolerância da humildade, finalizou.