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14º Cecoc debate a governança pública e privada

Estudantes de Ciências Contábeis, em sua maioria, além de professores e profissionais da contabilidade participaram de 27 a 29 de outubro, à noite, do 14º Ciclo de Estudos Contábeis de Curitiba, na PUC-PR.









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Cerca de mil pessoas estiveram presentes à solenidade de abertura do Cecoc, dia 27, na PUC-PR.






Promovido pelo Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, em parceria com as coordenações de cursos de Ciências Contábeis e das entidades de classe - Federação dos Contabilistas do Paraná, Sescap-PR e Sindicato dos Contabilistas de Curitiba - o Cecoc é um dos mais importantes eventos paranaenses focados na discussão de temas atuais da contabilidade. Essa 14ª edição contou com a organização dos professores Claudio Marcelo Cordeiro, José Siderlei, Luci Michelon Lohmann, Lucio Tracz, Marcos Custódio, Moroni Cordeiro e Viviane da Costa Freitag.





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Ao abrir o evento, a presidente do CRCPR, Lucélia Lecheta, depois de agradecer a PUC-PR e demais instituições parceiras, ressaltou a preocupação com o ensino da contabilidade – os estudantes são a classe contábil do futuro. Depende muito da qualidade dos cursos e da dedicação dos professores formar profissionais que terão papel de destaque nas organizações contábeis, nos órgãos públicos e nas empresas. A contabilidade vive um momento positivo de valorização e de mudanças ditadas pela harmonização das normas contábeis brasileiras às internacionais e o avanço das novas tecnologias.
A presidente disse ainda que o CRCPR tem sido e vai continuar sendo um parceiro das instituições em todas as iniciativas voltadas à melhoria do ensino. Informou que o Conselho mantém permanentemente um programa de educação continuada que oferece cursos de atualização em todo o Paraná.










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Autoridades na cerimônia de abertura: Marcos Custódio, coordenador da Comissão de Coordenadores e Professores de Ciências Contábeis do CRCPR; Carlos Alexandre Peres, sócio da PWC; Marcelo Marco Bertoldi, coordenador geral do Paraná do IBGC; Luci Michelon Lohmann, coordenadora do curso de Ciências Contábeis do campus Curitiba da PUC-PR; Divanzir Chiminacio, presidente da Federação dos Contabilistas do Paraná; Lucélia Lecheta, presidente do CRCPR; Marciano de Almeida Cunha, professor do curso de Administração da Escola de Negócios da PUCPR; Dirceu Tadeu Vaz, vice-presidente do Sicontiba; Euclides Locatelli, diretor jurídico do Sescap-PR; Nivaldo Soares de Souza, Coordenador do Curso de Ciências Contábeis das Faculdades SPEI; Eduardo Damião, professor da Escola de Negócios da PUC-PR, professor Roberto Marcos Navarro e outros.






Governança, tema do momento

Uma das maiores preocupações de gestores, na atualidade, a governança é promessa melhoria do desempenho, eficiência, sucesso e da transparência das empresas e dos entes públicos, desafio que envolve em especial os profissionais da contabilidade.









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Para falar sobre o tema foram convidados os palestrantes Carlos Alexandre Peres, sócio da PWC, responsável pelas práticas do Paraná e de Santa Catarina e coordenador do Capítulo Paraná do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, e Marcelo Marco Bertoldi, coordenador geral do Paraná do IBGC . O IBGC é uma entidade sem fins lucrativos que visa ser referência em governança corporativa, produz publicações e pesquisas sobre o assunto. O talk show foi intermediado por Marciano de Almeida Cunha, professor do curso de Administração da Escola de Negócios da PUCPR.

Os palestrantes apresentaram conceitos básicos de governança, demarcaram os campos, os ambientes e as práticas da governança pública e a privada. Explicaram que a expressão governança corporativa foi criada para superar um conflito entre acionistas e administradores. O proprietário (acionista) delega a um agente especializado (administrador) o poder de decisão sobre a empresa (nos termos da lei), situação em que podem surgir divergências no entendimento de cada um dos grupos daquilo que consideram ser o melhor para a empresa e que as práticas de governança corporativa buscam superar. Os princípios são basicamente os mesmos para as duas áreas, a privada e a pública. Uma diferença, por exemplo, é que empresas prestam contas aos sócios e clientes, e órgãos públicos à população e entidades de controle, como os legislativos e os tribunais de contas. A governança corporativa tem a ver com a responsabilidade de prestar contas – a chamada accountability.

As empresas apelam mais à governança para se tornarem mais competitivas, buscar resultados e crescerem, já os entes públicos visam mais a transparência, a adequação à legislação, o gerenciamento correto e ético dos recursos econômicos.

Vários conceitos e dúvidas sobre o tema foram elucidados durante o bate-papo. Ficou claro, no entanto, que as diversas concepções terminam se complementando. Todas salientam o uso das estratégias e práticas de governança para organizar e melhorar a eficácia das gestões pública e privada. No caso público, além dos órgãos e seus gestores, ela envolve também a sociedade.

Na esfera privada, a governança tem o importante papel de harmonizar os interesses de sócios ou acionistas e gestores, que em certos casos podem ser conflitantes: Os primeiros têm como principais interesses o lucro e a sobrevivência da empresa no longo prazo. Já os gestores atuam sob a influência de metas e objetivos mais imediatos, cujo não cumprimento pode impactar na sua permanência na organização, obtenção de bônus, etc.

Tanto na esfera pública quanto na privada, governança implica estratégias de gerenciamento, controle, supervisão e responsabilização.









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Em tom de descontração, o talk show, que aconteceu no TUCA, foi transmitido simultaneamente para outros dois auditórios lotados da PUC, Tristão de Ataíde e Grégor Mendes, contando com cerca de 1.000 participantes, alguns deles tendo sido convidados ao palco para interagir com os palestrantes.






Palestras simultâneas movimentam segundo e o terceiro dia do evento

A programação dos dias 28 e 29 foi bastante movimentada, com palestras simultâneas em três auditórios da PUC-PR, a partir das 19 horas, total de 12 palestras com temas diferentes.

No TUCA, dia 28, 19h, o professor Clovis Padoveze, doutor em Contabilidade e Controladoria pela FEA-USP e responsável por várias áreas do curso de Mestrado Profissional em Administração da Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Metodista de Piracicaba-SP (Unimep), falou sobre o papel da controladoria na governança corporativa das empresas. Destacou que o comprometimento com o controle econômico de uma empresa gera a governança corporativa, e que esta prática tem a mesma importância para qualquer entidade, seja ela pequena ou grande, pública ou privada. Enfatizou ainda que a missão da controladoria é assegurar a eficácia da empresa por meio da otimização de seus resultados, lembrando que a medida da eficácia de uma empresa é o lucro.









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No auditório Tristão de Ataíde, 19h, Retórica nas Práticas Gerenciais: Discurso e Ações nas Organizações foi o título da palestra do professor Rony Ahlfeldt, coordenador pós-graduação em Gestão de Projetos da PUC-PR. Com exemplos práticos, como a crescente exigência da sociedade de que as empresas conduzam seus negócios de maneira sustentável ou forneçam produtos de qualidade, ele mostrou como muitas vezes as organizações adotam um discurso em linha com as expectativas de seus stakeholders, mas não necessariamente refletem esse discurso em seus processos gerenciais e operacionais. Destacou que para sair do campo retórico e incorporar verdadeiramente novas práticas e valores, as instituições devem primeiramente criar uma nova realidade e só então implementar mudanças ou adotar novas práticas, procedimentos, sistemas ou processos.









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Ainda na primeira rodada de palestras, no auditório Grégor Mendel, o professor Marcos Aurélio Custódio, coordenador de graduação e pós-graduação em Ciências Contábeis da Escola de Negócios da Universidade Positivo, abordou o tema Contabilidade e Governança em Empresas Familiares. A assimetria de interesses entre os agentes principais (proprietários) e agentes condutores (gestores) gera determinados conflitos que a adoção de práticas de governança corporativa podem atenuar ao determinar a forma como a organização deve funcionar e distribuir o poder e a responsabilidade entre os stakeholders.









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O segundo bloco de palestras teve início às 20h45m. O palestrante Tomas Sparano Martins, doutor em Administração pela PUC-PR, coordenador do Mestrado em Gestão de Cooperativas da PUC-PR e professor de Marketing na UFPR, abriu os trabalhos no TUCA com a palestra Modelos de Gestão, mostrando que a globalização tem como um de seus desdobramentos a padronização do consumo, que requer o aumento da produtividade das empresas e, por consequência, o aumento da eficiência, que se resume em maximizar lucros fazendo mais e melhor com menos recursos. Nesse contexto, posicionou a inovação como motor da economia, diferenciando a inovação radical – aquela que usa o capital do investidor para gerar valor para a sociedade – da inovação incremental (melhorias em produtos já existentes) e da inovação da eficiência (melhoria de processos para reduzir custos). Destacou que esta última, em geral, tem como consequência imediata a maximização do retorno aos acionistas e por isso tem sido o foco preferencial de muitas empresas em vários setores da economia, embora seja uma prática que tende a eliminar empregos e gerar menos riqueza para a sociedade.




Simultaneamente, o professor Nivaldo Soares de Souza, coordenador do Curso de Ciências Contábeis das Faculdades SPEI, ministrou no auditório Tristão de Ataíde a palestra A Importância da Contabilidade na Disseminação e Prática da Governança Corporativa. Disse que os processos contábeis garantem confiabilidade e credibilidade à gestão das empresas e entidades, tornando-se cada vez mais um fator essencial à governança das organizações. Assim, enfatizou que considera impositiva a adoção de processos de governança corporativa, como consequência natural da evolução do mundo. Procurou motivar os participantes a assumir sua responsabilidade enquanto profissionais na área contábil em fazer a sua parte para que o Brasil, com todas as suas carências gerenciais, alcance as nações que já estão mais adiantadas nesse processo.


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O Processo de Governança no Setor Público na Busca da Accountability foi o tema da palestra de Márcio José Assumpção, analista de controle do Tribunal de Contas do Estado do Paraná e coordenador geral da Comissão do Contador Público do CRCPR. Accountability é uma palavra importada do inglês, já que não há uma tradução exata para o português. O termo refere-se ao dever de integrantes de uma entidade pública ou privada de prestar contas a instâncias controladoras. Em última análise, a governança no setor público tem o papel de garantir a entrega de benefícios econômicos, sociais e ambientais para os cidadãos, permitindo às instituições dialogar com a sociedade e prestar contas de suas ações, cabendo aos profissionais da área contábil assegurar que haja os mecanismos necessários para o efetivo controle da aplicação dos recursos, a conformidade com as leis, a gestão de riscos e a adequada prestação de contas aos cidadãos.









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Ao abordar o tema “ Informações Contábeis e Inteligência Organizacional”, o professor Denis Alcides Rezende caracterizou o perfil da organização inteligente. É a que adota a inteligência como modelo, tem um grande número de coleta de informações. Já o profissional precisa entender do negócio, ter visão cognitiva, social e humanística. O desafio é também desenvolver uma organização contábil inteligente. Sem informação não se faz uma contabilidade diferenciada. É preciso adotar um conceito e um modelo de organização inteligente, que inova, tem criatividade, explora os recursos da tecnologia e gera decisões inteligentes.

Em auditório paralelo, a professora Márcia Valeria Paixão, da Uninter, falou sobre “Governança e sustentatibilidade”, apresentando as definições correntes de governança e sustentabilidade, concluindo que há hoje uma grande preocupação nas empresas modernas para levar em conta o meio ambiente. Esse cuidado traz ganhos à imagem da organização perante a sociedade e mesmo em termos práticos, pode abrir portas financiamentos e ampliação do mercado. As informações sociambientais têm peso cada vez maior nas decisões das empresas.









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“Gestão do Comportamento Humano nas Organizações” foi o tema da palestra de Alex Weymer. A temática envolve os valores que cada individuo desenvolve, motivação, desempenho, liderança, competências pessoais, conhecimentos, habilidades e atitudes desejáveis nas organizações. As organizações levam em conta esses elementos ao contratar, montar equipes de trabalho e ao avaliar, tendo como suporte teórico as ciências humanas. O líder, por exemplo, é fundamental em toda atividade. Quanto mais elevada a função de uma pessoa em uma organização mais habilidades conceituais são exigidas; funções inferiores requerem mais competências técnicas. O comportamento









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Às 20h45 começou uma nova rodada de palestras. Coordenador do Curso de Ciências Contábeis e professor da PUC/SP, das Faculdades Metropolitanas Unidas, das Faculdades Integradas Rio Branco e da FATEC-Osasco, o professor Fernando de Almeida Santos falou sobre Governança na Micro, Pequena e Média Empresa – um tema que causa indagações porque imagina-se que somente grandes empresas poderiam se preocupar com a questão. Resgatando os enquadramentos das empresas, de acordo com a legislação que as classifica pelo tamanho e faturamento, ele demonstrou que, nesses grupos há empresas de porte surpreendente. São empresas que alimentam a expectativa de crescer e precisam, portanto, prestar a atenção nas estratégias fundamentais hoje, como é o caso da governança. As regras são basicamente as mesmas, apenas levando em conta as peculiaridade de cada empresa.









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Pesquisador da auditoria, autor do livro “Auditoria Interna e Operacional”, o professor Cláudio Marcelo Rodrigues Cordeiro falou sobre “A Contabilidade como instrumento de prevenção e detecção de fraudes empresariais. Preliminarmente, apresentou o conceito de fraude, que não pode jamais ser confundida com erro. O erro não é intencional, a fraude tem sempre a finalidade de algum proveito. Na sequência, resaltou o papel do contador, um dos personagens que pode fraudar já que é de extrema confiança para as organizações. A contabilidade, no entanto, não atesta que uma empresa está livre de riscos, ou que todas as suas operações estão registradas corretamente, todavia, consegue afirmar que a empresa cumpriu o “ritual” de registrar seus fatos nos livros contábeis, respeitando a legislação. Falou ainda sobre a prevenção de fraudes, tipos de fraudes mais comuns, mapeamentos de riscos e levantamento de hipóteses, lavagem de dinheiro, e padrões de controle.









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A ciência, a tecnologia, a indústria evolui muito rapidamente, trazendo implicações para os negócios, para a contabilidade, para todo mundo. O profissional da contabilidade é um dos atores - já que esse processo pede interação entre muitos atores – que possui uma base sólida de conhecimento que pode ajudar a responder a muitas indagações a respeito de inovações, barreiras técnicas, ciclo de vida de produtos, custos e outras. Foi uma das colocações do professor Sidarta Ruthes ao falar, no Cecoc, sobre “ Perfis Profissionais para o Futuro da Indústria e sua Governança”