:: Operação abafa
Após os fatos noticiados na imprensa sobre a decisão do governo de não apoiar a CPI dos Correios, o cidadão brasileiro começa a refletir sobre o princípio do sistema político democrático de que a autoridade emana do povo, mas tudo que se vê é a autoridade aliada ao processo da singularidade e promiscuidade generalizada.
O Instituto Sensus divulgou pesquisa pela qual 86% dos que ouviram falar da CPI dos Correios apóiam a sua instalação. A democracia no Brasil encontra muitos obstáculos, e a burocracia tem caminho livre, a população precisa manifestar-se contra a postura do governo, para que ele entenda que o Brasil precisa mudar.

Narciso Doro - Presidente do Sicontiba
e-mail: narcisodoro@ig.com.br

 
Ao tentar a todo custo abafar as investigações sobre corrupção nos Correios, o governo Lula está agindo como agem todos os governantes, defendendo seus interesses, está fazendo o que todos os partidos fazem quando estão no poder.

Divanzir Chiminácio
e-mail: divanzir@uol.com.br

 
:: Mais gestão, menos discursos
As dívidas que acarretam os juros têm que ser reduzidas. A redução se dá com o pagamento do principal não com o pagamento de juros. Na minha opinião, basta o País eleger um presidente que saiba administrar, que exerça a sua autoridade, reúna o seu ministério e estes reúnam seu secretariado e escalões subalternos (diretorias), discutam, planejem e executem ações saneadoras das mazelas existentes e brequem as escorregadelas de dinheiro público pelos ralos conhecidos e desconhecidos, acabem com as negociatas e corrupções entre os poderes constituídos da União, em curto espaço de tempo as dívidas serão pagas e o superávit nominal aumenta. As empresas crescem assim. Uma Nação também cresce assim. Com práticas de gestão, não com discurso. Se o poder maior der exemplo os Estados e Municípios também se corrigem.

Alcides Neri Batista do Nascimento
e-mail: profneri@milenio.com.br
 
:: Isenção de impostos - agora pode ?
O governo a cada dia nos surpreende e demonstra a sua inabilidade no trato com os segmentos produtivos da nação. Meses atrás, insistia na permanência da MP 232, argumentando que não poderia abrir mão da cobrança dos impostos porque iria comprometer as metas fiscais. Foi necessária uma ação muito forte de toda a sociedade organizada para sensibilizar os deputados na derrubada da MP.
Agora, o governo dá uma de bonzinho com a “MP do Bem”, que isenta de impostos alguns setores exportadores, e pasmem, os fabricantes e vendedores de computadores com valor de até R$ 2.500,00. É muita cara de pau! Não posso acreditar nisto! Como agora ele pode conceder redução de impostos, se até há pouco não podia? Para beneficiar o assalariado na redução do IRPF e os profissionais liberais no Pis e Cofins, não havia condições, mas para beneficiar montadoras de computadores pode? Isto mostra bem a quem este governo de trabalhadores quer beneficiar e quem deseja ferrar. Vamos ficar atentos, ano que vem tem eleições, vamos fiscalizar as doações para a campanha eleitoral, na certa esses setores irão contribuir.

Renato Américo Possebon
e-mail: possebon@brturbo.com.br

:: Resposta à revista “Veja”
Na coluna “Ponto de Vista”, sob o título “Tapetão Medieval”, (Veja, edição 1.900, pág. 24), Cláudio de Moura Castro compara os conselhos profissionais às corporações medievais. Afirma ele: “as ordens e conselhos não têm desempenhado nenhum papel relevante no avanço técnico das profissões. E são tíbias as punições por travessuras e conduta antiética. Tampouco têm qualquer papel significativo em controlar a qualidade dos profissionais (à exceção da Ordem dos Advogados, com seu exame), o que seria sua função nobre. Não obstante, querem proteger o mercado de seus graduados pela força da lei. As corporações medievais tinham esse privilégio, mas davam muito em contrapartida. O novo corporativismo reivindica reservas de mercado sem prestar nenhum serviço relevante à sociedade...”
Cláudio de Moura Castro revela desconhecer a história e o verdadeiro papel dos conselhos profissionais de classes.
No caso da contabilidade, importa lembrar que a organização da classe, no Brasil, é um fenômeno do final do século XIX e começo do século passado, por força das mudanças políticas e econômicas, do aumento dos profissionais e das exigências em torno do seu trabalho. Foi quando nossa economia escapou do ciclo das monoculturas, a população cresceu, iniciando a concentração nas cidades, e a industrialização abriu novas áreas de produção, comércio e serviços. Se em 1907 havia 3.200 estabelecimentos industriais no País, segundo o IBGE, em 2001, eles chegavam a 463 mil. Hoje, considerando todos os setores, temos milhões de empresas e, a cada ano, são abertas cerca de 470 mil, de acordo com o Sebrae.
Esses dados são importantes porque toda empresa, bem como todo órgão público, precisa fazer contabilidade para ter o controle da sua gestão. A partir desse quadro, surgiu a necessidade de se criar escolas especializadas, defender o exercício da profissão por pessoal qualificado e regulamentá-la com base nos princípios já consolidados da ciência contábil. A preocupação maior sempre foi oferecer um serviço de qualidade à sociedade.
Conseqüência desse processo é o sistema formado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs), criado em 1946. Nasceu por volta desse ano também o curso superior de Ciências Contábeis. E se, numa primeira fase, a ênfase do sistema foi registro e fiscalização, o foco hoje, além de registro e fiscalização, é a educação contínua, a ética e a responsabilidade social. Abraçando o conceito de fiscalização indireta, as entidades oferecem aos contabilistas programas de atualização, aplicam exame de suficiência e apóiam as instituições de ensino na realização de eventos que melhorem a formação dos futuros profissionais. Ao exigir, por meio de fiscalização, que a informação contábil, de empresa ou órgão público, seja objetiva, clara, transparente, verdadeira, o CRC está prestando um relevante serviço à sociedade. Cláudio de Moura Castro deveria visitar um CRC (o do Paraná está de portas abertas) e verificar o rol de punições aplicadas a maus profissionais.
Mas o trabalho dos CRCs não fica só nisso: eles estão empenhados com diretrizes de responsabilidade social. Estão participando do programa “Contabilizando o Sucesso”, cujo objetivo é reduzir o alto índice de mortalidade das empresas. Vigiam a aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal na administração pública, defendem o balanço social nas empresas e incentivam os contabilistas a aplicar as leis de incentivo fiscal, canalizando recursos para setores carentes e projetos culturais.
A existência dos conselhos de contabilidade justifica-se, portanto, e seu papel tem sido decisivo não somente para o avanço da profissão contábil, mas também para o crescimento da nossa economia. Os CRCs vêm transpondo os limites da profissão, estreitando laços com os mais diversos segmentos sociais, assumindo a identidade de instituições democráticas compromissadas com a solução dos problemas do País.

Maurício Fernando Cunha Smijtink
Presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná
 
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