:: 25 de abril : temos o que comemorar!

Com exceção das campanhas sociais, que já vinham representando um diferencial, temos comemorado o Dia do Contabilista por meio de iniciativas mais ou menos restritas. Este ano, no Paraná, decidimos marcar a data de forma inesquecível, com um grande show musical.
Essa mudança na forma de celebrar o nosso dia traduz a nova postura do contabilista, um profissional que conquistou reconhecimento e respeito; está mais aberto, mais integrado e mais compromissado com a sociedade.
Reflexo eloqüente dessa postura foi a determinação com que participamos dos embates em torno da derrubada da MP 232. Quero festejar esse 25 de abril estendendo a todos os contabilistas paranaenses essa vitória. Tenho orgulho de dizer que fui um dos principais idealizadores do movimento que resultou na queda da MP, dia 31 de março, na Câmara Federal. A Frente Brasileira, que ao final reunia mais de 1.400 entidades, foi lançada no dia 12 de janeiro, no auditório do CRCPR.
Em suas manifestações, a Frente representou a sociedade organizada. A vitória, portanto, é da sociedade brasileira quanto à sua capacidade de dizer não a uma política econômica exclusivamente preocupada com a arrecadação.
Não é apenas o setor de serviços que já está no limite da sua capacidade contributiva, mas toda a população não suporta mais aumento de imposto, taxa, contribuição, pesando sobre serviços, mercadorias e produtos. Temos uma das cargas tributárias mais altas do mundo. Este é um fator que, ao lado do excesso de regras, leis regulamentadoras e de taxas de juros altas, cria um ambiente desfavorável às empresas.
O governo agiu com bom senso, ao retirar a MP 232 e editar uma nova MP, deixando apenas a parte boa da medida: a correção da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física em 10%, deixando os outros pontos para serem discutidos por meio de projeto de lei. Afinal, é desta forma que todas as propostas devem ser levadas ao Congresso.
Note-se que a derrubada da MP 232 ocorreu justo no dia do aniversário do golpe militar: impor medidas, leis, decretos, atos institucionais era prática dos governos militares. O regime político e social que vivemos hoje, no entanto, permite a participação da sociedade na aprovação de medidas que atinge seus segmentos.
Estamos marcando pontos no avanço da democracia. Não cabem mais posturas impositivas e dissimuladas da parte de governo nenhum. Simpáticas ou não, todas as propostas têm que ser debatidas abertamente, na Casa do Povo, permitindo a manifestação pública.
Com esse movimento de reação à MP 232, acredito que as entidades de classe descobriram, na prática, o seu novo papel no cenário nacional: defender também os interesses coletivos, além dos corporativos. Descobriram mais que, para ter sucesso em suas lutas, precisam juntar suas forças, formar grandes parcerias, sensibilizar a população e a imprensa.
Importa dizer que a Frente continua mobilizada, de olho no projeto que substitui a MP 232, nos gastos públicos, nas propostas de reforma tributária, aumento dos juros e em todas as ações oficiais enfim que podem ampliar as dificuldades de crescimento do país.

Mauricio Fernando Cunha Smijtink
Presidente do CRCPR

 
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