Nas páginas oito e
nove desta edição, os leitores podem ficar a par da decisão
extrema que acabamos de tomar para termos direito a um serviço
de qualidade da Receita Federal. Burocracias, exigências absurdas,
prazos exíguos, pesadas multas, filas e atendimento demorado,
nas unidades do órgão, na verdade em todo o País,
alcançaram um nível tal que vêm inviabilizando e
comprometendo o exercício da atividade contábil, de um
lado, e desmotivando os empreendedores de outro.
Os contabilistas mereceriam do Ministério da Fazenda um tratamento
respeitoso; de parceiros até. O governo, no entanto, esquece
que fazemos a ponte entre o fisco e os contribuintes, somos responsáveis
pelo cumprimento das exigências fiscais impostas às empresas.
A postura oficial não confere com os princípios da moderna
administração pública e, se rende gordas arrecadações,
em nada contribui para o almejado longo ciclo de crescimento sustentado.
O Brasil é um dos países menos atrativo do mundo a empreendedores
justamente pela parafernália de regras fiscais, formais, além
das altas taxas de juros e da carga tributária. Cerca de 70%
das microempresas criadas não passam do segundo ano de vida.
Se empresas geram vagas de trabalho e renda por que não facilitar
a vida delas e de quem lida com as suas contas?
A Receita Federal deveria empenhar-se até para oferecer serviços
de qualidade aos contribuintes. Lamentavelmente, se recorremos à
Justiça para conquistar esse direito é como última
cartada, e porque todas as outras vias já foram esgotadas.
Acabamos de participar do 17º Congresso Brasileiro de Contabilidade,
onde a contabilidade foi analisada sob todos os ângulos imagináveis,
e, mais uma vez, confirmamos o acerto da política das entidades
contábeis de multiplicação de eventos de atualização.
A educação - formal e informal, ministrada em escolas
convencionais e à distância, disseminada em seminários,
congressos, ciclos de estudo, palestras - continua sendo a grande alternativa
de eliminar focos de atraso. É recorrendo a essa via, em larga
escala, que pretendemos elevar cada vez mais o nível de qualificação
do profissional contábil.
Mauricio Fernando Cunha Smijtink
Presidente do CRCPR
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