:: Por que sua marca vai sumir do mercado nos próximos 15 minutos

O título acima foi o tema da palestra que o publicitário Ernani Buchmann ministrou, no dia 5 de julho, no auditório do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, dentro do programa “Diálogos da Classe Contábil com a Sociedade”.
Mostrando em rápidas pinceladas a evolução da comunicação e em particular da propaganda, num paralelo com a evolução do comércio, da indústria e da sociedade, Ernani Buchmann afirmou que “há marcas que entraram no mercado para ficar, a exemplo da Ford, Coca-Cola, Kolinos, Maisena”. Esta última chega a utilizar o mesmo visual, na embalagem, desde os anos 1920. Mas desde meados da década passada, o fenômeno do desaparecimento de marcas, em larga escala, vem chamando a atenção. HM, Disapel, Zenf, Coleto, foram algumas que tinham tradição em Curitiba. As causas são múltiplas: a velocidade das mudanças de um modo geral e em particular de produtos, as crises econômicas e das empresas, a instantaneidade...
Na era digital e da facilidade de troca de canal de TV, as marcas tendem a aparecer e desaparecer com maior rapidez. Algumas linhas de produtos rapidamente se tornam obsoletas. Estima-se, por exemplo, que 90% dos aparelhos eletrônicos que serão usados em 2010 ainda não foram inventados. Observa-se, além disso, uma tendência à concentração de grandes marcas por segmento. No setor automobilístico já dominam apenas cerca de meia dúzia.
 
:: Pessoas e nações não têm outra alternativa a não ser a integração

O convidado de agosto dos “Diálogos” foi Júlio Maito Filho, presidente da Junta Comercial do Paraná. Elogiando a iniciativa do CRCPR de criar um fórum onde a sociedade paranaense possa assimilar experiências diversificadas, debater questões de interesse social e trocar idéias, ele defendeu que, para crescer, as pessoas e as nações, não têm outra alternativa a não ser o diálogo, a integração, a parceria. A sociedade contemporânea exige o envolvimento de todos os indivíduos para equacionar os graves problemas.
A tendência mundial de integração dos países em blocos vem, na sua opinião, da percepção de que é preferível esse caminho de resolução de conflitos do que o enfrentamento. Confrontos só trazem destruição e incerteza. Júlio citou o caso do Japão. Destroçado na Segunda Guerra, em poucas décadas tornou-se uma das mais fortes economias do planeta. A base do crescimento acelerado do país, segundo ele, foi o cooperativismo.
A empatia das empresas com a sociedade, por meio de políticas de responsabilidade social, e a parceria entre empresas que antes disputavam a ferro e fogo o mercado, foram outras tendências apresentadas a favor da tese.
As dificuldades que o Brasil vem encontrando para superar as desigualdades derivam em parte da falta de verdadeiro espírito de partilha. “As pessoas ingressam na política e no serviço público para se servir e não para servir a sociedade”, denunciou.
Júlio Maito disse que vem lutando, na Junta Comercial do Paraná, contra verdadeiros guetos que impedem a modernização do órgão. Vários projetos, no entanto, vêm sendo desenvolvidos para dissolver essa cultura, desburocratizar, facilitar ao máximo o processo de abertura de empresas. Afinal, “para criar empregos é preciso criar empresas. O Estado não cria empregos. Apenas dá condições”.
 
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