:: Futuro de Curitiba é analisado nos Diálogos da classe contábil com a sociedade

Uma cidade nunca fica definitivamente pronta. Ela está sempre em construção e o que a salva da deterioração é o movimento – fator que conduz a passagem entre o velho e o novo. Com esta afirmação, o deputado estadual e ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca, iniciou a palestra da segunda edição dos “Diálogos da classe contábil com a sociedade”, dia 4 de maio, no auditório do CRCPR.

As forças corrosivas invadem uma cidade quando ela é construída de forma conservadora, estática, sem se preocupar em exercer o movimento, fazer a passagem do passado para o presente. Ele cita como exemplo o Rio de Janeiro, que não se deu conta do fim da escravidão, não providenciou moradia e trabalho para os negros, segregados em guetos, favelas, nos morros, enquanto os ricos ergueram muros, criando “uma cidade partida”, como bem disse Zuenir Ventura.

Condenando as prefeituras burocráticas que se transformam em máquinas de arrecadação, o palestrante disse que o verdadeiro objetivo da cidade é a felicidade, a qualidade de vida dos seus habitantes. Entre as principais perspectivas para o desenvolvimento de Curitiba, ele apontou que a necessidade de devolver vida ao centro, criar uma estrutura cidadã, investir mais em entretenimento e turismo, manter a identidade, integrar-se com os municípios da região metropolitana.

 
:: Itaipu - 30 anos: tema da terceira edição

Rubens Bueno, que pediu dispensa, dia 1º de junho, da diretoria da Itaipu, foi o palestrante da terceira edição dos “Diálogos”, falando sobre os 30 anos da maior hidrelétrica do mundo.

A parceria entre o Brasil e o Paraguai foi iniciada nos anos 60 e formalizada com o Tratado de Itaipu, que definiu o aproveitamento hídrico do rio Paraná. A Itaipu Binacional foi criada em 1974 e as obras iniciadas no ano seguinte. A formação do lago de 1.350 km² ocorreu em 1982. A atual potência instalada da usina é de 12,6 milhões de quilowatts, com 18 unidades geradoras de 700 mil kW cada. Duas novas unidades entram em operação este ano, aumentando a potência para 14 milhões de kW. A usina, que custou US$ 12 bilhões, responde por 91% da energia elétrica do Paraguai e 25% do Brasil.
Responsabilidade social

Além de aspectos históricos e técnicos, Bueno comentou detalhes do Tratado de Itaipu, que dá igualdade de direitos e obrigações aos dois países; os regimes jurídico e contábil. Fez comparações com a usina chinesa Três Gargantas. Falou da responsabilidade social e ambiental da empresa, que oferece compensação financeira aos municípios que perderam áreas para o reservatório e desenvolve programas de apoio a famílias de trabalhadores que participaram da obra. Finalizou analisando a hidrelétrica como atração turística: ela recebe uma média de 1.400 visitantes/dia – número que tende a aumentar.

 
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