“É uma pena que os contabilistas que participam do Contabilizando o Sucesso ainda são uma minoria. A impressão é que os profissionais não querem ser ajudados”, afirma Paulo Matos, que faz parte de uma turma de 22 que estão fazendo o programa em Curitiba. Ele diz já ter feito muitos cursos ao longo da sua vida profissional, mas esse, embora esteja apenas começando – está no primeiro módulo – tem um diferencial, traz novidades, pois está mexendo de modo especial com ele e com todos os seus colegas de turma.

Resistências

Narcizo Muller, da cidade de Toledo, fala de uma dificuldade que pode ser generalizada: “No começo, surgiram muitas resistências para aderir ao programa, sendo as principais a falta de tempo e que já se sabe tudo; mas, iniciado o curso, logo se vê que o tempo não é problema e que há muito a aprender. Os temas são muito interessantes”.
Mais de 200 contabilistas estão inscritos no Paraná, nas cidades de Curitiba, Ponta Grossa, Maringá, Londrina, Pato Branco, Toledo e Cascavel, informa o coordenador do programa, Orlando Chiqueto Rodrigues. Segundo ele, novas turmas serão abertas no segundo semestre.

Necessidade de mudar

A percepção da necessidade de mudar é o aspecto mais destacado pelos inscritos no programa. “Muitos contabilistas acham que podem resolver os problemas dos clientes ficando dentro do escritório”, afirma Narcizo criticando o comodismo dos profissionais. “É que hoje a maioria está trabalhando correndo atrás de rotinas do fisco, quando deveria estar prestando mais um serviço de consultoria”, esclarece Alceu D’Al Bosco. Ele e outros 27 colegas, que seguem os treinamentos em Toledo, já estão no segundo módulo, trabalhando as habilidades consultivas do contabilista. “Todos estão gostando bastante”, afirma entusiasmado. As aulas vão das 18h às 23h, tem gente que vem de municípios vizinhos, e todos participam com grande interesse. “Estamos quebrando a imagem daquele contador atrás da mesa, atuando apenas no operacional, deixando de ser simplesmente um custo para o empresário e passando a apoiar no desenvolvimento da empresa”, acresce Vandro Luiz Rocha, de Pato Branco.
Contabilista há 40 anos, Pedro Mezzomo, de Coronel Vivida, também entendeu as novas exigências do mercado e está participando do treinamento. “O contabilista deve sair da rotina operacional e atuar mais forte junto ao cliente, buscando o sucesso do negócio”, assimila.

Troca de idéias

A importância da troca de idéias e experiências é sublinhada. “Faz muita falta a troca de informações na nossa profissão”, confessa Eliane Leal. Ela acredita que o programa Contabilizando o Sucesso pode dar uma nova dimensão ao trabalho do contador, uma visão global da profissão, mais gerencial. Confessa, por outro lado, que está decida a voltar a estudar. Vai fazer uma pós-graduação.

O programa no País

Fruto de parceria entre o Sebrae e as entidades contábeis, o programa “Contabilizando o Sucesso” está sendo desenvolvido em quase todo o País. Há turmas em funcionamento em 20 estados. Uma pesquisa nacional sobre a aceitação geral do programa constatou um índice de 90% de aprovação.
O principal objetivo do Contabilizando é capacitar os contabilistas a prestar uma assessoria de qualidade tal que cause impactos na redução da preocupante taxa de mortalidade das micro e pequenas empresas.
Ministrados em 210 horas/aula, os módulos debatem gestão simulada, habilidades consultivas do contabilista, gestão estratégica, marketing, custos e preço de venda, gestão de pessoas, capital de giro, fluxo de caixa, análise de viabilidade econômico-financeira, diagnóstico empresarial, apresentação de trabalho de campo, o contabilista e o processo de ajuda: posturas e competências.