:: Contabilizando o Sucesso não é um curso, mas uma proposta de mudança de postura dos contabilistas

O programa nacional de capacitação de contabilistas Contabilizando o Sucesso, cujas aulas começam na segunda quinzena de maio, está empolgando muitos profissionais paranaenses. “É que não se trata propriamente de um curso, mas de uma proposta de mudança de postura, a partir da qual o contador não será visto pelas empresas como despesa, mas como fonte de receita, de crescimento”, afirma o coordenador Orlando Chiqueto Rodrigues. Onze turmas foram formadas nas cidades de Cascavel, Toledo, Pato Branco, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Maringá, Ponta Grossa, Curitiba, Londrina, Campo Mourão e Paranavaí.
Alguns profissionais, no entanto, ainda não entenderam o verdadeiro espírito do programa, uma iniciativa do Sebrae nacional e seus regionais, em parceria com o Conselho Federal de Contabilidade, seus regionais e sindicatos de contabilidade. “Partimos do princípio de que o sucesso das empresas é inteiramente da nossa conta, pois se elas sobreviverem e crescerem, nós, contabilistas, também sobreviveremos e cresceremos; mas se elas fracassarem, nós perderemos; perderemos clientes”, argumenta Chiqueto.
Ocorre que o maior número das empresas do País, em todos os ramos de atividades, é formado por micros e pequenas que apresentam uma taxa de mortalidade elevadíssima: a maior parte não passa dos dois anos de vida.
“O Brasil possui um elevado índice de empreendedorismo. Está em sexto lugar no ranking mundial. É um dado positivo. Aqui, no entanto, os pequenos negócios não vingam na mesma proporção do que nos Estados Unidos, por exemplo. É que, enquanto aqui os microempresários procuram suprir uma necessidade urgente de sobrevivência, lá ,eles, de início, já visam o lucro, fazem investimento”, analisa Orlando Chiqueto. Ele cita um exemplo muito comum no País: “um trabalhador é despedido e resolve montar alguma coisa com o dinheirinho do Fundo de Garantia. O negócio vai bem no começo, mas em seguida fracassa, deixando o pequeno empresário em situação pior do que quando ganhou a conta. Por que fracassou? Porque para gerir um negócio é preciso entender de gestão, mercado, planejamento. É aqui onde entra a assessoria do contador”

Nova postura contábil

O principal objetivo do contabilizando é desenvolver uma nova cultura contábil de forma que o profissional se torne capacitado a traduzir para o micro e o pequeno empresários as informações que eles precisam para enfrentar os desafios do mercado, possam permanecer nele e prosperar.
No entendimento de Orlando Chiqueto, o contador fixou muito o seu trabalho na contabilidade fiscal, tornando-se uma espécie de funcionário dos governos sem remuneração. É preciso eliminar essa imagem do contador “darfeiro”; isto é, preso ao simples preenchimento de guias e ao cumprimento das normas, legislações e obrigações fiscais. “Os empresários hoje buscam no contador alguém capaz de interpretar, analisar, traduzir contextos que permitam a tomada de decisões certas. Se não fizermos isso, deixaremos lacunas que serão ocupadas por profissionais de outras áreas”.

Programação

Embora seja cobrada uma taxa dos inscritos no programa, as entidades organizadoras não estão visando ao lucro, frisa o coordenador. O treinamento é necessário para semear os novos conceitos e práticas.
Tratando conteúdos como gestão simulada, habilidades consultivas do contabilista, gestão estratégica, marketing, custos e preço de venda, gestão de pessoas, capital de giro, fluxo de caixa, análise de viabilidade econômico-financeira, diagnóstico empresarial, apresentação de trabalho de campo, o contabilista e o processo de ajuda: posturas e competências, o treinamento terá carga horária de 210 horas/aula e duração de cinco meses e meio. Concluído, os profissionais continuarão vinculados a núcleos de cooperação, com o objetivo da troca de informações.

 
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