:: Participação é fundamental


Sempre que há eleição para renovação dos plenários dos conselhos de contabilidade, como acaba de ocorrer, alguns contabilistas detonam baterias de críticas contra suas entidades, a começar pela obrigatoriedade do voto. Esta não é mesmo uma alternativa ideal. O certo seria a livre participação de profissionais envolvidos com os destinos da sua classe - análise que vale também para o país: um dia queremos ver os brasileiros indo às urnas por comprometimento com as causas coletivas e não por obrigação ou ainda por incentivo de marketing eleitoral. Até porque essa é a lógica da democracia.

Quero acreditar que tanto a consciência nacional quanto a contábil estão amadurecendo nessa direção.
Enquanto a situação ideal não se instala, a realidade nem precisaria ser dita: no nosso caso particular, as principais conquistas da profissão devem ser contabilizadas a uma minoria atuante. As conquistas só não são mais expressivas porque a maioria quer apenas colher os frutos da atividade valorizada, não participa, não assume responsabilidades, não colabora.

Graças à luta desencadeada por um João Lyra, por exemplo, nos anos 1920, é que obtivemos, entre outras vitórias, a exigência de registro profissional, decisiva para o fortalecimento da profissão, nas décadas seguintes, quando o país cresceu sob o impacto da industrialização, explosão do comércio e do setor de serviços, aumento de empresas enfim - empresas que precisavam confiar na contabilidade. A criação do Conselho Federal e dos conselhos regionais de contabilidade, em 1946, consolidou o processo de valorização da profissão.

Quem procura participar das entidades não o faz em busca de privilégios e glórias, mas apenas por amor à profissão, por ver que as conquistas precisam ser mantidas e que novas metas precisam ser alcançadas. O processo não pára.

Estamos certos de que os nossos objetivos serão mais facilmente atingidos, se toda a classe caminhar na mesma direção. Tem esse espírito a parceria do CRCPR com os sindicatos e com as instituições de ensino de contabilidade. Apenas seus papéis e funções são diferentes. O que queremos, na verdade, não pode ser diferente também do que desejamos para a comunidade. A responsabilidade social é um dos nossos compromissos.

Críticas são até bem-vindas! A própria disputa, como aconteceu na eleição do CRCPR, entre duas chapas, é positiva! São incompreensíveis, no entanto, quando as críticas partem de profissionais que vêem as suas entidades como opressoras ou que tanto faria se elas existissem ou não; nunca procuraram conhecê-las. Pior, porém, do que essa categoria de crítica é a omissão. A participação é fundamental. É o que se espera dos contabilistas.

 

 


Nelson Zafra
Presidente do Crcpr

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