:: Aos 83 anos, Orlando Stefanini continua fazendo contabilidade


Residindo em Curitiba desde 1944, o paulista Orlando Stefanini, 83 anos, técnico em contabilidade, quatro filhos, cinco netos, conta aqui um pouquinho da sua vida, receitando inclusive fórmulas de saúde e longevidade. Ele desativou o seu escritório mas ainda mantém um cliente: a distribuidora de medicamentos Brasifarma. Expedido em 1953, seu CRC é um dos mais antigos ativos no Paraná. Penúltimo filho de uma família de nove irmãos, ele se formou na Escola Técnica de Plácido e Silva em 1953.

Folha do CRCPR - Num país onde a média de vida masculina não chega a 70 anos, é uma benção chegar aos 83 anos de idade com saúde e trabalhando. Ao que o senhor atribui essa disposição?
Orlando - Sempre tive boa saúde. Fui poucas vezes a hospital em toda a minha vida. Numa dessas ocasiões, por problemas estomacais, foi quando adotei o hábito, por recomendação de amigos, de tomar leite com o cogumelo "keffer" que me tem feito muito bem. Faço isso desde 1954.

Folha do CRCPR - Que benefícios traz o "keffer"?
Orlando - Limpa as paredes do intestino.

Folha do CRCPR - Como é usado?
Orlando - É simples: Ferve-se um litro de leite. Deixa-se esfriar. Coloca-se nele uma colher de keffer. Deixa-se de um dia para o outro. No dia seguinte, é só coar e tomar. Os cogumelos que ficam da coada são colocados noutro litro de leite fervido, podendo ser usados permanentemente. Eles se reproduzem, se renovam.

Folha do CRCPR - Onde se pode obter esse cogumelo?
Orlando - No Brasil, não sei se é vendido no comércio. Ele é originário da Bulgária. O meu eu ganhei de um amigo, naquela ocasião em que fiquei doente, e já dei também porções para várias pessoas que estavam com problemas graves de saúde e se curaram.

Folha do CRCPR - Além do keffer, o senhor tem alguma outra "fórmula" de saúde e longevidade?
Orlando - Tomo meio copo de vinho diariamente.

Folha do CRCPR - Mas o senhor fuma, não é verdade?
Orlando - Pois é! Fumo desde os 15 anos.

Folha do CRCPR - O senhor tem irmãos mais velhos?
Orlando - Tenho uma irmã com 98 anos e outra com 90.

Folha do CRCPR - Quando o senhor começou a trabalhar com contabilidade?
Orlando - Isso foi em 1940, quando entrei no Banco Ítalo-Brasileiro, fazendo livro diário. Em 1944 fui nomeado subcontador da agência do banco inaugurada em Curitiba. Fiz o curso técnico na Escola de Plácido e Silva e fiz também economia na Faculdade de Ciências Econômicas do Paraná.

Folha do CRCPR - Montou escritório?
Orlando - A princípio peguei a contabilidade apenas dos Irmãos Abbage e só abri um escritório nos anos 70, quando passei a atender vários outros clientes, entre eles a farmácia Dr. Waldomiro Pereira e a Brasifarma, empresa onde estou até hoje.

Folha do CRCPR - Nesse período ocorreram inúmeras mudanças na contabilidade. Como o senhor reagiu a elas?
Orlando - A contabilidade é uma ciência exata. O fundamental dela não muda. Mudam os sistemas tributários, as legislações que afetam o nosso trabalho. Não somos como os médicos que podem escolher uma especialidade: temos que entender de contabilidade em geral e de legislações específicas federais, estaduais, municipais. Mudam as ferramentas também. Nunca usei computador. Mas faço contabilidade sem problema algum. Quando o uso do computador expandiu, adaptei a contabilidade dos Irmãos Abbage para a informática, com apoio do meu filho, formado em computação. O sistema funciona até hoje.

Folha do CRCPR - O senhor ainda faz Declarações de Imposto de Renda?
Orlando - Faço no formulário, peço para alguém digitar e transmitir pela internet.

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