:: Os contabilistas são o elo com os contribuintes, afirma o chefe da Coordenação da Receita Estadual do PR


Nesta entrevista à Folha do CRCPR, o contador de formação e fiscal de profissão, Luiz Carlos Vieira fala o que o fisco estadual espera dos contabilistas. Luiz Carlos foi delegado da Receita Estadual do Paraná em Guarapuava e Londrina e atualmente é o chefe da Coordenação da Receita Estadual (CRE), órgão da Secretaria da Fazenda responsável pela normatização do sistema de arrecadação.

Folha do CRCPR - Como a Receita Estadual vê o contabilista?
Luiz Carlos - Para nós, o contabilista é o elo entre o contribuinte e o estado. Ele é o nosso contato principal.

Folha do CRCPR - O que a Coordenação da Receita do Estado espera dos contabilistas paranaenses?
Luiz Carlos - Esperamos que eles acompanhem a modernização pela qual vem passando a Receita do Estado, até porque esse processo só traz benefícios para eles. No passado, o contabilista tinha que ir a uma unidade da Receita para fazer cadastro, solicitar guias, fazer pagamento de imposto. Hoje, ele pode cumprir a maior parte das obrigações com a Receita Estadual pela internet, a qualquer horário.

Folha do CRCPR - O que os contabilistas devem fazer para acompanhar as mudanças?
Luiz Carlos - A imensa maioria já percebeu o que precisa fazer: tem micro, procura ter acesso à internet, assimila as novas legislações, acompanha as mudanças, faz cursos de atualização... É isso!

Folha do CRCPR - O que de importante falta à Receita informatizar?
Luiz Carlos - Atualmente, cerca de 70 serviços estão informatizados. Estamos desenvolvendo programa que permitirá emitir nota fiscal pela internet e creio que futuramente poderemos oferecer condições de manutenção de arquivos eletrônicos.

Folha do CRCPR - Quais são as metas da CRE nesse governo?
Luiz Carlos - O nosso grande objetivo é resgatar a credibilidade do fisco, cuja função é arrecadar, estabelecer a concorrência leal, combater a sonegação. Vamos passar a exigir a apresentação de arquivo magnético. As empresas já são obrigadas a fazer o arquivo magnético, mas a cobrança não tem sido incisiva.

Folha do CRCPR - Há alguma novidade que atinge o serviço contábil, em relação aos impostos básicos do estado?
Luiz Carlos - Em relação ao regime fiscal que dá tratamento diferenciado para microempresas e empresas de pequeno porte, (Decreto 246/03), amplamente divulgado, a Receita vai fiscalizar a emissão de nota fiscal, apresentação da GIA e Declaração Fisco-Contábil Anual. Há o Decreto 949 que trata do diferimento de parcela do ICMS para 12% (o índice era de 18% a 25%). É importante lembrar que o ITCMD ( Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações) inclui também doações intervivos de quotas de capital das empresas, raramente acarretando tributação.

Folha do CRCPR - Que vantagens para o Paraná trazem os decretos 246 e 949, ambos redefinindo regras do principal imposto, o ICMS?
Luiz Carlos - As duas medidas visam a ativação da economia interna e por conseqüência a geração de empregos. Os empresários terão mais capital de giro, podendo aumentar a produção e contratar mais pessoal. O diferimento de parcela do ICMS, em particular, deve afastar o acúmulo de crédito e promover a paranização das contas.

Folha do CRCPR - Qual é o imposto que mais polêmicas causa nas propostas de reforma tributária?
Luiz Carlos - É o ICMS , o principal imposto do país. A grande dificuldade é definir alíquotas, uniformizar a legislação e definir se o imposto deve ser cobrado na origem ou no destino.

Folha do CRCPR - E a reforma tributária, sairá?
Luiz Carlos - No que depender do governo Lula, com certeza. O governo está muito empenhado nisso.

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