EDITORIAL


Um cenário de expectativas

Há momentos na história de um país em que a esperança é o principal sentimento do povo. É o caso do Brasil nessa transição de 2002 para 2003. Assumem, em janeiro, o governo federal, governos estaduais e renovam-se o Congresso Nacional e as assembléias legislativas estaduais. A população espera avanços sociais, econômicos e institucionais: realização das reformas estruturais, a exemplo da tributária; crescimento econômico, controle da inflação, valorização da moeda nacional; abertura de oportunidades e vagas de trabalho, redução da pobreza, da violência e das desigualdades regionais; melhores serviços de saúde, educação e segurança; melhores condições de vida em geral tanto para moradores das cidades como das áreas rurais. De norte a sul, leste a oeste, o cenário é de expectativa. Por lidar com os meios disponíveis, a política é o sistema capaz de promover grandes transformações. É efetivamente fonte de expectativas. É por isso que temos insistido que a classe contábil precisa aprender a fazer política, com o objetivo de colocar a sua força a serviço das mudanças essenciais. O cenário da contabilidade para 2003 é também de otimismo. Todavia, assim como o país, temos muitos desafios a serem superados. Nossa batalha gira em torno da busca de qualidade na profissão contábil. Mas, enquanto trabalhamos para colocar à disposição dos profissionais programas de educação continuada e criamos mecanismos para selecionar os melhores, há iniciativas opostas. Um exemplo é o curso técnico em contabilidade, ministrado atualmente nas escolas. Ele foi descaracterizado pela Lei de Diretrizes do ensino, diplomando um profissional incompleto na sua formação. O curso de Ciências Contábeis, por sua vez, foi ameaçado de redução para apenas três anos, quando quatro já se revelam insuficientes. O Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, recentemente apontado pelo Conselho Federal como o melhor do país, na sua performance funcional, vai continuar insistindo na meta de endossar a qualidade dos serviços contábeis, motivando os profissionais a estudar sempre, atuando junto às escolas para que ofereçam o melhor ensino possível e validando o exame de suficiência. Este exame, temporariamente suspenso como exigência para o registro profissional, foi adotado em nome da excelência. Queremos uma profissão mais respeitada e valorizada. Aos leitores, votos de realização de todos os seus sonhos cultivados com amor. Feliz Ano Novo!

Nelson Zafra
Presidente do CRCPR

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